A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga do ex-ministro Luís Roberto Barroso virou uma batalha dentro do Senado Federal. Levantamento inicial aponta dificuldade em conseguir ao menos 14 votos dos 27 possíveis na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ver seu nome aprovado e ir a plenário. Informações publicadas pelo portal Poder 360, no entanto, dão conta de que o Palácio do Planalto aposta em dissidências de senadores da oposição para chegar ao número necessário.
Segundo o portal, o presidente Lula teria sido informado de que uma movimentação de bastidor do ministro André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro (PL) à Suprema Corte, pode virar votos nas bancadas federais do PL e do Republicanos.
Messias teria um almoço nesta terça-feira (2) com a bancada de oposição, mas o encontro foi cancelado devido a uma repercussão negativa. Ainda assim, o indicado se reunirá pessoalmente com senadores de direita durante a semana.
Dos três senadores catarinenses, Esperidião Amin, Jorge Seif e Ivete da Silveira, apenas Amin está na CCJ. Um quadro, postado inicialmente no Poder 360 no dia 29 de novembro, colocou o representante de SC como a favor de Messias. Questionada, a assessoria de Amin negou que ele fosse a favor, classificou a reportagem de irresponsável e afirmou que a amostragem havia sido corrigida. De fato, a publicação deste dia 2 de dezembro aparece Amin com o voto indefinido. O voto dentro da CCJ é secreto.
Lula entrou pessoalmente na negociação e tem estimulado bancadas federais a anunciar apoio a Messias, na tentativa de criar um clima de vitória que estimule traições durante a votação secreta.
A avaliação do presidente é de que, diante de um quadro de vitória certa, as traições costumam ser mais frequentes, já que os senadores não querem se indispor com um ministro da Suprema Corte.
Por isso, o presidente quer aguardar um diagnóstico mais preciso para se reunir com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O objetivo é não ceder a eventuais chantagens diante de uma narrativa de derrota.
Hoje, o governo petista trabalha por um placar no plenário do Senado Federal de 52 votos a favor, mesmo resultado atingido pelo ministro Edson Fachin em 2015, durante o governo Dilma Rousseff. Fachin também enfrentava forte resistência na Casa Legislativa.
* Com informações do Poder 360.