Jaraguá do Sul inicia as celebrações de seus 150 anos em 2026 com um gesto simbólico e poderoso: a abertura pela música. O Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc) chega à sua 21ª edição reafirmando não apenas sua relevância artística, mas sua condição de patrimônio cultural do município. As mais de 1.700 inscrições vindas de 33 países e de quase todos os estados brasileiros demonstram a força de um evento que ultrapassou fronteiras e consolidou a cidade como referência global em formação musical.
Com mais de 200 concertos gratuitos, o festival transforma janeiro em um mês de democratização cultural. Palcos tradicionais e espaços urbanos se conectam em uma mesma sintonia: levar arte a quem talvez nunca entraria em um teatro. Concertos em praças, hospitais, lares de idosos e empresas revelam uma escolha clara – a música deve circular, tocar pessoas, quebrar barreiras. É a cultura cumprindo seu papel social de aproximar, humanizar e abrir caminhos.
Nesta edição, a estreia de uma ópera brasileira como atração central reforça a maturidade artística que o festival conquistou ao longo das duas últimas décadas. Colocar no palco uma obra com mais de 80 artistas é mais do que ampliar repertório; é afirmar a capacidade da cidade de produzir experiências sofisticadas, contemporâneas e profundamente conectadas à diversidade cultural do país.
Ao anunciar mais um capítulo dessa história, o festival reafirma um compromisso que o acompanha desde sua criação: formar pessoas, ampliar horizontes e fazer da música uma ferramenta de transformação.
Jaraguá do Sul colhe hoje os frutos de um projeto que começou pequeno, mas que se tornou o maior festival-escola de música erudita da América Latina. Entre aplausos, ensaios, histórias e encontros, permanece a certeza de que a arte segue sendo um dos caminhos mais eficazes para desenvolver uma comunidade. E, enquanto o município celebra seu sesquicentenário, a música segue guiando, com sensibilidade, excelência e propósito, o futuro que queremos construir.