Acabei de ler uma história e me abalei. Não as contive, as lágrimas. Li a história, larguei tudo e fiquei pensando, deixei que histórias e histórias me arejassem ou me fizessem abater mais… Que história! Antes de abrir a janela desta história, apenas lembro que nunca como hoje se falou tanto em isolamento social, solidão e problemas correlatos a envolver os idosos. Acabaram-se as famílias numerosas, os amigos são raros ou nenhum e os vizinhos são meramente vizinhos. No passado eram muitos na mesma família, vizinhos “próximos” e cidades onde quase todos se conheciam. Isso acabou. A história que me abalou, porque a entendi com todos os poros, veio de Munique, Alemanha, semana passada. A história envolveu duas gêmeas, Alice e Ellen Kessler. Nasceram saudáveis, robustas, cresceram juntas, estudaram sempre lado a lado e… Descobriram-se dançarinas, cantoras, atrizes, e nunca casaram. Foram um baita sucesso na década de 1950. Entraram juntas nos palcos teatrais e, mais que tudo, no palco da vida. Sempre saudáveis, mas… Inevitavelmente, envelheceram. Chegaram aos 89 anos, saudáveis, mas fustigadas por uma idéia tétrica: a da morte de uma delas. As duas viveram dizendo uma a outra que não viveriam uma sem a outra. Começaram a se preocupar com esse possível e cada vez mais próximo luto… Sem medo, decidiram evitar o impensável luto. Combinaram morrer juntas, num legalizado “suicídio assistido”, de mãos dadas, na mesma hora. Procuraram agentes de saúde e justiça da Alemanha, marcaram dia e hora e… Morreram se olhando, de mãos dadas. Santo Deus, o que é isso senão o encontro de dois anjos humanizados? Fico a imaginar como seria a vida de uma delas sem a outra? A vida dessas gêmeas foi mais que uma questão genética, foi uma questão de um amor singular, um amor dividido em dois corpos, dois corpos que sempre foram “cardiacamente” apenas um. No documento que assinaram, legalizando o “suicídio assistido”, Alice e Ellen pediram cremação e a junção das cinzas numa mesma caixa. A vida de uma era a vida da outra, uma reciprocidade celestial. Que perda de tempo quando o padre diz aos noivos, no altar: – Juntos até que a morte os separe! Essa frase vale para bem poucos, mas está valendo a eternidade para essas duas irmãs, Alice e Ellen. Vivam a eternidade, queridas!
LEVIANDADES
Incrível como o mundo se acelera em tecnologias e cada vez mais rasteja em bom senso. Encontrar pessoas equilibradas virou gincana, grande prêmio a quem encontrá-las. Acabo de ler – “Projeto Verão 2025/2026 – treinos para abdômen trincado e corpo escultural”. E uma linha de fotos, claro, só mulheres. Santo Anjo da Guarda, quando é que as mulheres vão acordar e se impor? Chega de “tanquinhos” e “esculturais”, o bom senso deve orientá-las. A beleza da mulher está em suas “firmezas”, sem cabeça baixa…
DINHEIRO
Manchete inútil: – “Governo quer projeto para combater jogos de azar”. Ninguém vai consertar com projetos a cabeça frouxa dos apostadores, bobões que acham que vão ficar ricos jogando dinheiro fora. Apostas são invenções de espertos para eles mesmos enriquecerem, não os “ingênuos” apostadores. Ademais, o melhor projeto de qualquer governo tem que ser em… Educação. Aí sim, o jogo vai mudar…
FALTA DIZER
Bíblia – Provérbios – Cap. 13, versículo 24: – “Quem poupa a vara odeia seu filho; quem o ama, castiga-o na hora precisa”. Vamos lá, vamos trocar a palavra vara por “determinação educativa”, de outro modo os enganadores fazem bico… Nada deixar passar quando os filhos fazem algo errado. “Vara”, na hora.