O Dia Nacional de Combate ao Câncer, em 27 de novembro, é uma data importante para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. “A população precisa ser alertada sobre questões como controle de exposição a fatores de risco e realização periódica de exames de rastreamento e preventivos”, diz o médico oncologista e professor do Idomed, Guilherme Roeder.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o biênio 2023-2025 indicam maior incidência de câncer de mama e colo do útero entre mulheres e de próstata entre homens. Também estão entre os mais frequentes os cânceres colorretal e de pulmão, que atingem ambos os sexos.
“O Brasil conta com estratégias de rastreamento populacional organizado para esses cânceres, com exames que aumentam a chance de detecção precoce, elevando a perspectiva curativa e melhorando a qualidade do tratamento”, diz Roeder. Ele chama atenção para o câncer de colo do útero. “A partir do momento em que alcançarmos a vacinação em massa do público-alvo, poderemos pensar na possibilidade de erradicação desse tipo de câncer. Essa já é uma realidade em países mais desenvolvidos, onde a incidência é praticamente nula”.
Atualmente, o câncer de colo do útero é o terceiro mais incidente e o segundo que mais mata mulheres no Brasil. Nesse cenário, Roeder reforça a importância de políticas públicas que ampliem o acesso à prevenção e ao tratamento. “Recentemente, tivemos a inclusão de novas drogas no Sistema Único de Saúde para o tratamento de diversos tipos de câncer. A redução da idade para realização da mamografia para 40 anos, a incorporação do exame de PCR para detecção do HPV de alto risco e o uso de técnicas minimamente invasivas, como cirurgias videolaparoscópicas e robóticas, tendem a melhorar significativamente a qualidade assistencial”.