O Brasil está mudando. Os estudos mais recentes — como o levantamento da More in Common com o instituto Quaest, feito com 10 mil brasileiros — mostram que os velhos rótulos já não explicam mais o eleitor. O país não se resume mais em “direita” e “esquerda”; o brasileiro divide a classe política muito mais em quem resolve e quem não resolve.
Eu vejo essa mudança acontecer quando converso com as pessoas nas comunidades, nas empresas, nos comércios. A maioria das pessoas, embora tenha suas convicções e valores – e isso é ótimo, não querem guerra política – querem gestão eficiente e séria, estrada, hospital funcionando, segurança pública, ensino técnico forte e respeito pelo dinheiro que pagam em impostos. Querem o básico bem feito — algo que o setor público insiste em complicar.
E talvez eu pense assim porque nunca fui criado dentro de gabinete. Venho do campo, do balcão de loja, do chão de fábrica, dos galpões do agro, das madrugadas em que a gente precisa fazer a empresa rodar para pagar salário no fim do mês. Lembro como se fosse hoje de quando, lá atrás, ainda jovem, precisei vender meu Fusca para conseguir honrar as contas da empresa em um mês difícil. Naquele dia, aprendi algo que carrego até hoje: gente depende de nós. Quando você tem responsabilidade com a vida das pessoas, não existe espaço para enrolação, discurso bonito ou desculpa.
É esse olhar — de quem já viveu a dificuldade na pele — que levo para a política. E é esse olhar que falta em boa parte do poder público. Muita gente acha que governar é subir num palco para falar bonito. Não é. Governar é tomar decisão difícil, é priorizar, é cortar privilégio, é fiscalizar, é acompanhar obra, é enfrentar pressão de quem não está acostumado com transparência – é ter responsabilidade com o futuro.
A pesquisa nacional só confirma o que Santa Catarina já mostra todos os dias: o eleitor não quer extremismo, quer equilíbrio. Não quer briga, quer gestão. Não quer promessa milagrosa, quer compromisso com a verdade, quer honestidade e seriedade. E, principalmente, quer resultado.
O catarinense faz a parte dele. Trabalha como poucos. Cria oportunidades onde o Estado cria obstáculos. Inova onde outros desistem. Por isso o mínimo que o poder público precisa fazer é acompanhar esse ritmo — não atrapalhar quem produz.
E aqui deixo uma reflexão — não aquela encerada, de efeito, mas a reflexão de quem acredita no nosso Estado e no Brasil. Eu, como muitos, tenho a minha parte para fazer, e faço. Mas isso só funciona se a sociedade continuar participando, opinando, cobrando. A política melhora quando o cidadão se impõe. Santa Catarina melhora quando cada um defende aquilo que sabe ser certo.
O Brasil está mudando. O eleitor está mudando. E Santa Catarina pode liderar essa mudança com trabalho, com seriedade e com coragem de encarar o que precisa ser feito. É assim que eu sempre conduzi minha vida — e é assim que sigo conduzindo meu mandato.
Porque, no fim das contas, política não é sobre quem grita mais. É sobre quem entrega mais. E disso eu nunca fugi.