As projeções para as contas públicas do Governo Federal seguem em queda, segundo o relatório Prisma Fiscal de novembro, divulgado na última sexta-feira (14) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda.
A mediana das projeções indica que o governo central deve encerrar 2025 com um déficit primário de R$ 70,6 bilhões, R$ 3 bilhões acima dos R$ 67,6 bilhões que constavam na estimativa passada, e muito longe da meta oficial – que seria zerar o déficit.
A retração dos resultados vem apesar de uma alta nas receitas líquidas do governo central, que subiu de R$ 2,327 trilhões para R$ 2,328 trilhões – o crescimento da arrecadação, no entanto, fica abaixo do ritmo das despesas obrigatórias.
Enquanto a projeção de déficit para 2025 ultrapassou a linha dos R$ 70 bilhões, para 2026 a projeção teve melhora e voltou a ficar abaixo da linha dos R$ 80 bilhões, caindo de R$ 80,5 bilhões para R$ 75,4 bilhões.
A mediana das projeções para a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) ficou em 79,54% do PIB ao fim de 2025, uma melhora marginal perante a projeção passada, de 79,60% .
Já para 2026, o peso da dívida projetada subiu de 83,69% para 83,70%, ajuste também marginal.
O relatório prevê uma despesa do governo central de R$ 2,397 trilhões, ante a R$ 2,399 na edição anterior. Já para 2026, a projeção segue em R$ 2,559 trilhões.
Economistas projetam uma arrecadação de R$ 2,506 trilhões para 2025, uma queda de R$ 3 bilhões em comparação com a estimativa passada, de R$ 2,509 trilhões.
O governo deve estourar o teto de gastos em ao menos R$ 399 bilhões na somatória de todo o mandato – 2023 a 2026 – segundo a projeção, levando em conta valores que ficaram fora das regras do teto de gastos e do novo marco fiscal, incluindo despesas já contratadas e outras em fase de liberação.
O valor fora das metas foi de R$ 31,8 bilhões em 2023 e deve chegar a R$ 47 bilhões em 2025. Para 2026, o governo prevê mais R$ 67 bilhões em despesas acima dos limites, entre elas o pagamento de precatórios (R$ 57,8 bilhões), investimentos de estatais (R$ 4,2 bilhões) e investimentos em defesa (R$ 5 bilhões).