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A história, os bastidores e um papo exclusivo com o Wilfred, ícone da Schützenfest

Foto: PMJS

Por: Milena Natali

15/11/2025 - 07:11 - Atualizada em: 15/11/2025 - 09:45

Há tradições que surgem por acaso e outras que nascem da mistura entre criatividade, música e o espírito festeiro jaraguaense. A história do Wilfred, mascote oficial da Schützenfest, encaixa-se perfeitamente na segunda categoria, um daqueles casos em que a cultura escolhe seu próprio símbolo e a comunidade abraça sem medir esforço.

A primeira aparição do personagem aconteceu em 1998, quando os pavilhões ainda não tinham tanta forma. No meio desse cenário, surgiu ele: sorriso largo, suspensórios ajustados, chapéu tirolês e uma energia que rapidamente conquistou o público.

Antes do Wilfred, quem personificava a festa era o Hans Bier, personagem criado por um colaborador da WEG com apoio da empresa. Mas Hans logo abriu espaço para um novo rosto, que seria escolhido em um concurso promovido pela Associação de Clubes e Sociedade de Tiro Vale Itapocu (ACSTVI). A criação vencedora se transformou na figura que hoje todos conhecem. E foi o chargista Fernando Bastos (que faleceu em 2021) o responsável por criar o mascote da Schützenfest há 27 anos.

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Foto: Arquivo histórico

Outras versões contam que o mascote nasceu primeiro na música, especialmente na canção “Onde o Wilfred Está”, composta por Daniel Lucena e produzida pelo Catarina Estúdio. Seja qual for a versão verdadeira, o fato é que Wilfred conquistou seu lugar na Schützenfest e no coração da cidade.

Mas a pergunta que não quer calar, quem é ele por trás da máscara? Como é viver 10 dias sendo o sorriso oficial da maior Festa de Atiradores do Brasil? O nome nós não podemos revelar, afinal, o segredo que é a parte interessante do “negócio” hehe.

A seguir, um ping-pong exclusivo com o próprio mascote, ou melhor, com quem dá vida a ele.

Um papo com o Wilfred

O que significa pra você incorporar o mascote Wilfred?
“Ser o Wilfred é motivo de muita satisfação e orgulho. É a chance de mostrar todo o carisma do personagem e representar a alegria da nossa Schützenfest. Também é uma grande responsabilidade, porque eu faço parte da comissão de frente da festa junto com as majestades.”

Existe preparo para aguentar o ritmo da festa?
“Tem que ter dedicação. Eu treino na academia pelo menos três vezes por semana, o ano todo. A cabeça é pesada, quente… em poucos minutos já estou completamente suado. Troco de camisa cinco vezes por dia, fácil.”

E o corpo aguenta?
“Durante a Schützenfest eu chego a perder de 5 a 6 quilos, mesmo me hidratando com chope, água e comendo muita comida típica.”

Como é o contato com o público?
“Eu procuro estar sempre bem arrumado e cheiroso, porque quando entro no meio da galera todo mundo quer abraçar o Wilfred e levar uma foto de lembrança. Cada abraço é como recarregar a bateria.”

Já viveu algum momento curioso com os fãs?
“Vários! Quando vou tirar fotos, mesmo escondido dentro da cabeça, eu sorrio lá dentro. É automático. Ah, e já precisei fazer limpeza de pele no Wilfred… eram tantas marcas de batom que parecia que ele tinha passado por um mutirão de beijos.”

E as fridas da festa?
“Algumas já quiseram me raptar! Mas o Wilfred sempre será fiel à Rainha e às Princesas da Schützenfest.”

Você divide o personagem com alguém?
“Desde 2016 sou eu quem dá vida ao Wilfred. Às vezes há revezamento, mas sempre peço muita dedicação e carinho dos substitutos. O público sente quando o Wilfred não está completo.”

O que o Wilfred sente quando está na festa?
“É só olhar para o sorriso dele. Ali já diz tudo. Ele está feliz pela presença de cada pessoa. Cada aceno, cada olhar, é combustível.”

Quer deixar um recado para quem vai à festa?
“A Schützenfest é uma festa de família, feita com muito amor. São 10 dias de alegria. Sejam sempre muito bem-vindos. Com certeza, a gente vai se encontrar por lá.”

Foto: Arquivo histórico

Muito mais que um boneco!

Hoje, o Wilfred já ultrapassou a barreira do personagem e virou parte do patrimônio afetivo de Jaraguá do Sul. Ele cresceu, ganhou novas versões, virou música e se consolidou como um símbolo que atravessa gerações. Porque, no fim das contas, ele representa aquilo que sustenta a festa há mais de três décadas: a alegria compartilhada.

E basta a música começar e o chope subir na caneca para que alguém, em algum canto do Parque Municipal de Eventos, pergunte o que já virou bordão:

“Onde o Wilfred está?”

A resposta é simples:
Onde a alegria estiver maior.

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Milena Natali

Redatora de entretenimento e cotidiano.