A política, feita com seriedade, tem força para transformar vidas. É por acreditar nisso — e por ter vindo do mundo real, o da indústria, do agronegócio, do trabalho duro — que entrei na vida pública. Assim como fiz quando fui prefeito de Jaraguá do Sul, sigo na Assembleia Legislativa defendendo aquilo que considero essencial: eficiência, respeito ao dinheiro público e compromisso com quem produz.
Mas, falando com franqueza, há dias em que a indignação toma conta. É difícil permanecer calado diante de um sistema que trava o Brasil, pesa sobre o bolso do trabalhador e entrega muito menos do que deveria. Entre tantos problemas estruturais, um deles se destaca pela dimensão do absurdo: o modelo partidário brasileiro.
Na semana passada, o país assistiu ao nascimento de mais um partido político. Isso mesmo: mais uma sigla para somar a um cenário já fragmentado. Hoje, o Brasil tem mais de 30 partidos registrados — e 23 deles conseguiram eleger representantes para a Câmara Federal nas últimas eleições. É um número que destoa completamente de democracias sólidas ao redor do mundo.
Em muitos casos, essas siglas não possuem consistência ideológica, programa definido ou identidade clara. Multiplicam-se legendas, mas não se multiplicam ideias. O resultado é um ambiente político congestionado, onde predomina a disputa por espaço, cargo e verba — não necessariamente por projetos que melhorem a vida do cidadão.
O governo, qualquer governo, acaba refém de negociações intermináveis, acordos frágeis, alianças que não nascem de visão de país, mas de interesses momentâneos. Isso encarece a máquina pública, trava decisões importantes e reduz a eficiência do Estado.
Enquanto a estrutura partidária se expande, quem sente o peso é o trabalhador. É o agricultor, o empresário, o pai e a mãe que acordam cedo para tentar fechar o mês. Para esse povo, a conta chega — e chega sempre mais alta.
O Fundo Eleitoral de 2024 custou cerca de R$ 5 bilhões ao país. Já o Fundo Partidário repassou mais de R$ 480 milhões apenas no primeiro semestre de 2025. É dinheiro público. Dinheiro que deveria estar em sala de aula, em hospital com remédio, em estrada sem buraco. É o imposto de quem produz sendo destinado a manter uma estrutura que só aumenta e que, muitas vezes, não entrega nada em troca.
Não se trata de demonizar a política ou os partidos. Eles são parte fundamental da democracia. E política exige estrutura. Mas tudo tem limite. E o modelo atual ultrapassou há muito tempo qualquer linha razoável.
Defendo que o Brasil deveria ter, no máximo, cinco grandes partidos: direita, centro-direita, centro, centro-esquerda e esquerda. Simples, transparente, representativo. Um sistema que permita governabilidade, coerência e responsabilidade com os recursos públicos. E que cada partido tenha que lançar seus próprios candidatos, sem alianças.
Essa pulverização de siglas não fortalece a democracia — a enfraquece. Fragmentação partidária significa mais custo, mais burocracia, mais dificuldade para governar. É problema de gestão, de Estado e de futuro.
Precisamos de partidos que representem de verdade o cidadão, não balcões de negócios. Precisamos de menos sacrifício do contribuinte e mais entrega do poder público.
Por que sigo na política
Entrei na vida pública porque acredito que o trabalhador merece ver seu esforço transformado em resultado. Porque acredito em uma política que não atrapalha, mas impulsiona. Que não desperdiça, mas entrega. Que não complica, mas resolve.
Continuarei defendendo esse caminho: o da responsabilidade, da eficiência e da coragem para enfrentar velhos problemas. O Brasil só vai avançar quando colocar o cidadão — e não as estruturas partidárias — no centro das decisões.