A votação do projeto que cria o marco legal de combate ao crime organizado, agora remarcada para terça-feira (18), evidenciou mais uma vez a dificuldade do governo em conduzir pautas essenciais da segurança pública. Embora trate de um tema urgente, a discussão travou porque nem governo nem base conseguiram apresentar um texto minimamente consensual.
O relator, Guilherme Derrite (PP-SP), admitiu que seu substitutivo ainda não está pronto e pediu adiamento — revelando que, mesmo com meses de debate, a proposta chega ao Plenário sem maturidade. A própria base governista, dividida, apoiou o atraso, enquanto a oposição aproveitou o cenário para destacar que o Estado continua desorganizado diante do avanço do crime.
Líderes de diferentes partidos apontaram falta de clareza, de estratégia e até de pressa do governo em enfrentar o tema. O PL destacou que “o crime é organizado, quem está desorganizado é o Estado”, sintetizando um sentimento crescente entre parlamentares: falta liderança e coordenação política para conduzir o debate.
Governistas tentaram minimizar o desgaste propondo apenas alguns dias de adiamento, mas o gesto foi interpretado como tentativa de evitar que a oposição capitalize a insegurança pública como ponto fraco da gestão federal. A insistência em votar rapidamente, mesmo sem consenso, reforça a percepção de improviso.
No fim, o recuo expôs o que já se percebe nos bastidores: o governo não tem domínio sobre a pauta da segurança, não controla sua base e ainda tenta aprovar medidas complexas a toque de caixa. Enquanto isso, o avanço das facções segue impondo ao País uma urgência que o Congresso — especialmente o Executivo — ainda não demonstra capacidade de enfrentar.
Lunelli cobra debate público antes de mudanças no Código Civil
A Alesc aprovou por unanimidade a moção do deputado Antídio Lunelli que cobra do Congresso Nacional um debate amplo e transparente sobre a revisão do Código Civil. O parlamentar alerta que o texto em discussão no Senado promove mudanças profundas em áreas sensíveis como família, casamento, herança e responsabilidades dos pais.
Lunelli critica o avanço da proposta sem participação social e aponta riscos em pontos como a retirada da definição tradicional de casamento e a criação do divórcio unilateral, que permitiria a dissolução imediata do vínculo conjugal sem mediação. Para ele, tais alterações podem fragilizar a estrutura familiar e gerar impacto emocional nos filhos, defendendo que até a separação exige responsabilidade e diálogo.
A moção será encaminhada ao Senado, à Câmara dos Deputados e ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre. Lunelli afirma que o debate não é religioso nem ideológico, mas envolve valores essenciais que, segundo ele, ultrapassam governos e partidos, reforçando a necessidade de participação popular na reforma.
Sessões itinerantes
A Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul realizou ontem a primeira de três sessões itinerantes e solenes que ocorrem neste fim de ano, levando o Legislativo a diferentes pontos da cidade com pautas de reconhecimento comunitário. A primeira ocorreu na noite de quinta-feira (13), no Cejas, com a entrega de moção de aplausos aos Núcleos da Acijs, proposta pelo vereador Luís Fernando Almeida (MDB). No dia 18, também no Cejas, haverá sessão alusiva à Semana da Consciência Negra, com homenagens a pessoas negras que contribuem para a sociedade jaraguaense. Já em 25 de novembro, a Escola Holando Marcellino Gonçalves sediará a sessão comemorativa pelos seus 60 anos de fundação e pelo centenário de nascimento de seu patrono.
Celulares
A Polícia Civil de Santa Catarina recebeu na quinta-feira (13) um lote de 4 mil smartphones cedidos pela Receita Federal, que serão utilizados em programas de proteção às mulheres e no combate à violência doméstica. A entrega ocorreu no depósito da Receita em Joaçaba, com a presença de representantes das duas instituições. A iniciativa integra os projetos “Receita por Elas” e “Polícia Civil por Elas” e reforça a política do governo estadual de fortalecer ações de enfrentamento à violência contra mulheres. A Polícia Civil também está ampliando o número de DPCAMIs, com a meta de passar das atuais 32 para 58 unidades em todo o estado.