À minha frente estão uma manchete tétrica e um livro. O livro tem por título: – “Pílulas para prolongar a juventude”. Esse livro está comigo há muitos anos, foi escrito por um dos mais consagrados médicos brasileiros, o gaúcho Fernando Lucchese. Antes de falar da manchete a que fiz referência, é bom não esquecer que começamos a envelhecer no primeiro momento após nosso nascimento. E ver-se velho é um ponto de vista, tanto que nesse livro do Dr. Lucchese ele diz que – “Idoso é quem tem bastante idade, velho é quem perdeu a alegria de viver”. Agora a manchete, destaque no Estadão: “Gaúcho de 20 anos larga família e vida rural para lutar na Ucrânia”. Pais fazendeiros, bons recursos, mas… O rapaz foi tirando o time de campo nos seus entusiasmos cotidianos e voltou-se inteiramente para saber da guerra na Ucrânia e para treinar pontaria, dar tiros. O pai e a mãe só ficaram sabendo disso quando ele já estava lá fora… Preservar a vida é instinto em todos os animais, os humanos à frente. Escolher ir para uma guerra, fugir dos entusiasmos naturais da vida e colocar-se diante da morte iminente é doença mental grave. Duvido que esse jovem se engajaria numa guerra de estrangeiros se tivesse um entusiasmo pessoal por que lutar, se tivesse um propósito existencial e não um desejo inconsciente de morrer, duvido. Quando uma pessoa adota esportes radicais, perigosos, quando se engaja numa guerra estrangeira ou se enfia em vícios que sabe ser danosos à vida ela quer morrer. A Psicologia já comprovou isso bem antes de Adão e Eva. Então, que não me venha alguém dizer que está lutando por uma causa, por um amor ou o que for quando na verdade está é jogando, inconscientemente, a vida fora. Nossa causa maior é a vida, protegê-la de todos os modos é seguir os impulsos naturais da preservação da espécie. Esse rapaz que abandonou pai e mãe para “lutar” pela Ucrânia tem severos problemas mentais, precisa de ajuda, é um “decrépito”, no sentido errado de vermos e vivermos a vida. A melhor das “guerras” que podemos e devemos enfrentar é a guerra dos nossos saudáveis desafios, uma guerra diária, mas uma guerra de paz, afinal, ela está assentada, deve estar, sobre nossos projetos na vida.
PROJETOS
Vou imaginar agora, diante de mim, uma pessoa amiga. Conversa vai, conversa vem, eu pergunto: – Tens algum projeto na cabeça, alguma coisa para te realizar, libertar, fazer mais feliz? – Ah, que bom ouvir que tens! Então, outra pergunta: E por que não realizas esse projeto? Tens todas as possibilidades, afinal, já disse aqui que ninguém é louco para sonhar com o impossível. Tudo depende de ti, de crer e agir. Vai dar certo. Vamos lá?
MUDANÇAS
Podemos apostar que a maioria que anda por aí gostaria de mudar de vida ou mudar a si mesmo, pelo menos em alguma coisa. E por que não mudam? Por medo. Mas como dizia o cangaceiro Lampião, quem tem medo se enterra vivo. Resistir a mudar é resistir a viver. Mas é aquela coisa, somos os regentes da orquestra da nossa vida. Sem mudanças, melhor é sentar na platéia da vida e aplaudir os outros…
FALTA DIZER
Trouxas compram apartamentos em prédios, em condomínios onde são anunciados também nomes famosos como proprietários. E nós com isso? No que esses parvos nos vão melhorar a vida e facilitar o convívio danoso de morar em condomínio? De fato, há trouxas para tudo no capitalismo das aparências.