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Uma dor silenciosa: A desconexão entre pais e filhos

Por: Dr. Hugo Martins de Oliveira

10/11/2025 - 11:11 - Atualizada em: 10/11/2025 - 11:36

Nos últimos anos, algo tem me chamado profundamente a atenção. A Sociedade Brasileira de Pediatria vem alertando com base em artigos científicos sobre um crescimento alarmante: o número de crianças entre 0 e 14 anos internadas por doenças mentais e comportamentais, como depressão e ansiedade, aumentou mais de 93%.

E um estudo recente mostra que as hospitalizações de crianças e jovens por transtornos mentais aumentaram 107% nos últimos 9 anos no SUS.

Esse dado revela algo mais profundo do que uma estatística. Ele revela uma dor silenciosa: a desconexão entre pais e filhos.

O reflexo da vida moderna dentro de casa

Tenho percebido, tanto na prática pediátrica quanto nas conversas com famílias, que muitos pais estão mais preocupados em “fazer os filhos darem certo” do que em construir uma conexão emocional verdadeira.

Pais e mães sobrecarregados, ansiosos por resultados profissionais, envoltos em uma rotina acelerada, estão muitas vezes presentes fisicamente em tempos limitados e muitas vezes atarefados, e ausentes emocionalmente.

Trabalham duro, acordam cedo, chegam tarde, raramente conseguem tomar café, almoçar ou jantar em família. Raramente entregam um atestado na empresa, com a preocupação em se posicionar bem aos seus liderados em uma empresa, a vitrine fica bem, mas têm “entregado” vários no papel de pai, mãe ou marido/esposa.

O lar se transforma em uma espécie de co-working doméstico, onde se compartilha o espaço, mas não o coração, não tem mais laços emocionais, intimidade. E, aos poucos, a casa vai deixando de ser lar, é todos debaixo de um teto e ninguém no mesmo ambiente.

O outro lado da história

Mas existe também o outro tipo de pai e mãe aqueles que, mesmo com rotina puxada, decidem fazer da família uma prioridade. São aqueles que acordam, preparam o café, compartilham a refeição, se despedem com um beijo, e no final do dia têm um reencontro cheio de histórias simples:

“Pai, fiz um gol na escola!” “Mãe, aprendi algo novo hoje!”

Essas pequenas trocas constroem segurança emocional, criam memórias afetivas e fortalecem a musculatura emocional dos filhos para enfrentarem os desafios da vida, onde tem o espaço para compartilhar.

Lar é onde a escuta é verdadeira

O maior patrimônio de uma família não é o que ela conquista, mas o que ela constrói dentro do lar: conexão, escuta, amor e propósito.

Por isso, a pergunta que deixo hoje é:

👉 Será que o problema que você enfrenta hoje não é, na verdade, um convite para transformar a sua casa novamente em um lar?

Um lugar de boas memórias, onde há espaço para o diálogo, a correção com amor e a celebração das vitórias e enfrentamento dos desafios em conjunto.

Pais treinadores, não superprotetores

Não dá mais para sermos pais vitimistas ou superprotetores. Precisamos formar filhos emocionalmente fortes, que saibam lidar com frustrações e tenham clareza de valores.

Isso não vem de discursos, vem de exemplo. Ser pai e mãe é ser treinador de vida, ensinando com amor, presença e verdade.

Porque, no fim das contas, a maior herança que podemos deixar não é patrimônio, é estrutura emocional.

E você, tem conseguido equilibrar suas conquistas profissionais com a presença emocional dentro de casa? Como tem construído o ambiente emocional da sua família?

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Dr. Hugo Oliveira Médico, mentor, palestrante e especialista em inteligência emocional, ajudo pessoas a desenvolverem uma vida com propósito, identidade e equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Minha missão é clara: transformar vidas através do autoconhecimento, da cura emocional e da liderança com valores.

Com uma trajetória marcada pela superação, inclusive de um câncer aos 14 anos, e uma carreira médica pautada pela excelência, combino minha formação em medicina com uma atuação intensa no desenvolvimento humano na Imersão Vida de Valor (VdV). Meu foco é despertar nas pessoas uma mentalidade imparável, inteligência emocional madura e clareza de propósito para viverem uma vida de valor.

Sou fundador do Instituto do Câncer Oliveira (@institutooliveirasc), em Joinville-SC, uma iniciativa que oferece apoio a famílias que enfrentam o diagnóstico de câncer, refletindo também meu compromisso com os princípios e valores cristãos que sustentam tudo o que faço.

Minha atuação se baseia em uma verdade essencial: uma vida que vale a pena ser vivida começa por dentro, sendo quem você é, sendo diferente, se sentindo bem e sendo inesquecível por onde passar.

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