Vivemos numa sociedade em que somos avaliados pelo nosso saldo bancário, um saldo bancário mostrado através das convencionais exibições: automóveis caros, casas enormes, viagens aparentemente “cinematográficas”, namoradas e namorados bem desenhados… Habituais leviandades. Há pouco reli uma frase da minha caixa de sapatos cheia delas e ao mesmo tempo me lembrei de uma entrevista que fiz há muitos anos na CBN, Florianópolis, onde eu apresentava o Notícia na Tarde. A entrevista foi com um delegado de polícia. Conversa vai, conversa vem, perguntei ao policial sobre os moradores de rua. O delegado contou várias histórias e disse que nunca havia tratado de um caso de suicídio entre os “mendigos”. E a minha lembrança dessa declaração foi conseqüente a seguinte frase: – “Mesmo solitário e incompreendido, o mendigo não é o tipo mais infeliz, e a prova disso é que ele jamais se suicida”. Frase sem assinatura. Mas não é interessante que quem não tenha nada de material na vida não pense em sair da vida? Já muitos de nós temos saúde, uma boa casa, emprego, família, liberdade, diploma na parede, coisas desse tipo, todavia… Quantos vivemos gemendo sufocos existenciais, uma pobreza inexistente, enormes possibilidades de crescimento, mas… Tudo sai pelo ralo da vida em razão da leviandade de nossas cabeças que não reconhecem as verdadeiras riquezas da vida. É essa a razão básica do porquê tantas pessoas hoje vivem as pressões da ansiedade, medos, inseguranças e frustrações geradas pelas comparações estúpidas. – Ah, e tem outra coisa, da mesma maneira como queremos que nos ajudem quando vivemos algum mau momento na vida, os outros também esperam por essa ajuda. E para que ajudemos a quem precisa, especialmente os que nos são mais chegados, basta que queiramos ouvi-los. Mas é aquela coisa, o problema dos outros é dos outros, quando, na verdade, uma das melhores formas de viver a vida é ajudando a quem de ajuda necessita. Fingir não ver é uma concordância com quem pensar em se matar. E há muitas formas de “suicídio”, uma delas, a mais comum, é a desistência. A desistência de algo que depende só de nós, uma questão que está, sem que queiramos ver, na palma da nossa mão. De um certo ponto de vista, parece mesmo que os verdadeiramente ricos são os “mendigos”. Eles querem a vida.
ELAS
Vi e ouvi ontem longos discursos na TV Câmara sobre o projeto de lei que visa a estender a licença-paternidade, uma licença para os pais ficarem mais tempo em casa com suas esposas depois do nascimento de um filho… Quero só ver quantos homens vão ficar o tempo da licença em casa, trocando fraldas, varrendo o pátio, cozinhando, indo ao supermercado, só quero ver. Vai ser a maior enganação da História. É só olhar por aí, nas “famílias”, o comportamento dos papais e esposos…
LEALDADE
Andava pelo centro em Florianópolis quando passei por uma cena encantadora. Um homem idoso, todo maltrapilho, uma falência humana, dormia numa calçada e ao lado dele “dormia” de igual modo um baita cachorro, sem coleira, sem nenhum tipo de amarração, mas… Como seu companheiro, seu “dono” dormia ele também dormia. Lealdade, fidelidade, amor mesmo. Cachorros dando exemplos aos humanos…
FALTA DIZER
Mulher para subir na vida precisa ser quase uma deusa, uma deusa em tudo, a começar pela beleza. Uma ditadura comandada pelos homens. No SBT há uma “deusa” quase escondida na programação, é a Dani Brandi. Linda, tem voz, sabe se postar diante das câmeras, bem-informada, uma raridade no meio televisivo. Dani, vai com tudo!