O Sul registrou 744.114 pedidos na Black Friday de 2024 (entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro de 2024), movimentando R$ 508,3 milhões em pedidos online. As compras realizadas nesse intervalo representaram 22,9% do total de novembro na região. A grande movimentação da data no e-commerce também chamou atenção dos golpistas, que atuaram com intensidade no Sul. Foram R$ 4,35 milhões em fraudes evitadas por tecnologias de prevenção, com um ticket médio de R$ 1.588,44 – o segundo maior do país no período, atrás apenas do Centro-Oeste.
Os dados são do Mapa da Fraude da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, e alertam sobre os hábitos digitais de 2024 capazes de antecipar as vulnerabilidades de 2025, um cenário em que o ritmo de consumo e o risco de exposição caminham juntos.
Entre os destaques por Unidade Federativa (UF), o Paraná liderou em quantidade de pedidos, com mais de 277 mil, seguido do Rio Grande do Sul (257 mil) e Santa Catarina (209 mil). Apesar do menor número de pedidos, SC foi o estado com maior ticket médio por compras legítimas. Quando o assunto é valor médio das fraudes, Paraná também apareceu em primeiro, com R$ 1.708,73.
Visão nacional: Golpistas agem na madrugada e focam nos Millenials, geração que mais compra na data
Durante a Black Friday de 2024, os consumidores da Geração Y lideraram o volume de compras online, com mais de 2 milhões de transações. Os Millenials também foram o principal alvo das tentativas de fraude, concentrando quase 30% dos ataques. Em um recorte de gênero, embora as mulheres tenham realizado mais compras no período, a taxa de tentativas de fraude foi mais elevada entre os homens. Os dados são da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, líder em identidade digital e prevenção a fraudes.

Divulgação/Serasa_Experian
O estudo foi realizado a partir do monitoramento de 5,2 milhões de transações, que movimentaram R$ 3,5 bilhões em vendas no período. No total, 32,4 mil tentativas de golpe digital foram interceptadas, o que representa R$ 51,8 milhões em fraudes evitadas para empresas e consumidores.
Para o diretor da Serasa Experian, Rodrigo Sanchez, o comportamento mostra que os fraudadores agem com método e precisão, antecipando-se ao pico das promoções para explorar distrações e brechas. “Os criminosos seguem o movimento do consumidor, quando ele acelera, eles também. O segredo está em antecipar o risco, e não apenas reagir a ele”.
Golpistas agem em dias e horários estratégicos
E não foi só o público que os criminosos escolheram a dedo: o dia 29 de novembro foi o mais atacado de toda a Black Friday 2024, repetindo o padrão de 2023, quando o pico ocorreu no dia 24. As compras se concentraram entre 10h e 23h, com pico entre 13h e 14h, quando o fluxo ultrapassou 300 mil pedidos por hora. Mas é na madrugada, entre 0h e 2h, que os golpistas entram em ação: o volume cai para 65 mil compras por hora, mas a taxa de ataque dobrou, atingindo 2% às 3h da manhã — o dobro da média diária.
Visão regional: contrastes marcantes no mapa da fraude digital no Brasil
Ainda na análise do período da Black Friday de 2024 (entre 28 de novembro e 1º de dezembro), o Sudeste respondeu pela maior fatia do e-commerce nacional, com 3,1 milhões de compras, das quais 0,6% foram bloqueadas antes de gerar prejuízo, totalizando R$ 30,4 milhões em perdas prevenidas. Já o Norte, com 130 mil pedidos, apresentou a maior taxa proporcional de tentativas (1,04%), o que representa R$ 2 milhões poupados.
PIX ganha espaço e traz novos desafios para a segurança
O PIX foi o meio de pagamento utilizado para finalizar mais de 570 mil pedidos, gerando um volume de R$ 184 milhões. Por outro lado, as operações via PIX ainda não passam pelos mesmos filtros antifraude aplicados a cartões de crédito, o que cria novas lacunas de segurança e demanda integração entre bancos, varejistas e fintechs.