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Carluxo pressionado a bater em retirada de Santa Catarina

Por: Claudio Prisco Paraíso

05/11/2025 - 06:11

De repente, não mais do que de repente, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL) concede entrevista a uma rádio de São Bento do Sul, na última sexta-feira, fazendo restrições à candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina. Disse que o conservadorismo estadual dispõe de alternativas, que não iria apoiá-lo e que a chapa tinha que ser 100% catarinense. Ela fez uma postagem nessa direção, com reação quase imediata de Carluxo, daquele jeito que todos conhecem — ao melhor estilo de um verdadeiro macaco em uma loja de cristais. Saiu acusando a parlamentar de mentirosa e com baixarias. A deputada reagiu, afirmando que sua posição é firme e cristalina, que sempre esteve com Bolsonaro. Porém, não concorda com sua vinda para Santa Catarina, até porque está tirando do páreo, na vaga do PL, a deputada federal Carol De Toni.

Liberou

No domingo, Jorginho Mello foi a Xanxerê, à residência de Carol De Toni, para uma visita, quando deixou claro que a vaga ao Senado pelo PL é de Carluxo e que ela ficaria liberada para buscar outro partido e lançar sua candidatura ao Senado.

Nitroglicerina

Isso, evidentemente, pode provocar uma fratura exposta no PL, na medida em que Carol De Toni, depois de Jorginho Mello, é a principal liderança, e Ana Campagnolo é a terceira. Simples assim. As duas são recordistas da disputa proporcional de 2022: Ana fez quase 200 mil votos e Carol quase 250 mil.

Seguidores

Esse racha pode levar prefeitos e vereadores a seguirem a deputada federal, caso ela saia mesmo do PL, na direção de outra legenda. É uma situação absolutamente inconveniente para o partido, que já estava todo montado.

Desarticulou

Mas a imposição do nome de Carlos Bolsonaro desarrumou a articulação majoritária: vice do MDB; segunda vaga ao Senado para a União Progressista, possivelmente com o atual senador Esperidião Amin; e a vaga liberal para Carol.

Nebuloso

A chegada de Carluxo embolou o cenário. O governador não pode abrir mão dos outros dois partidos na sua composição, com o tempo de televisão e tudo mais.

Estratégia?

Ou, eventualmente, isso tudo não faz parte de um entendimento para que o ambiente fique carregado e Carluxo não consiga viabilizar sua candidatura. Poderia até viabilizar em convenção, mas correndo risco eleitoral, porque a pré-campanha nem começou e o bombardeio contra ele já é pesado.

Pressão

Entidades empresariais, estaduais, regionais e municipais já se manifestaram contra e vão voltar à carga. Evidentemente, começarão a surgir vulnerabilidades de alguém que tem 25 anos como vereador no Rio de Janeiro. Situações, aliás, já exploradas no contexto de rachadinhas e por aí vai.

Incógnita

Ou seja, isso pode levá-lo, quem sabe, a refletir sobre a conveniência de manter esse projeto em Santa Catarina. O filho 02 de Jair está vindo para cá acreditando que é fatura liquidada. E, se não for, já se pode debitar na conta da repercussão das críticas e contestações em curso, contaminando o ambiente eleitoral a ponto de inviabilizar uma eleição.

Respingos

E o pior: pode atrapalhar também a própria performance, o desempenho do partido como um todo na disputa pelo governo e talvez até na eleição à Câmara e à Assembleia. É líquido e certo que toda essa confusão vai chegar a Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL. Jair Bolsonaro está incomunicável, mas recebe visitas. Agora, o clima e o ambiente não são nada favoráveis ao desembarque de Carluxo em Santa Catarina.

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