O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o norte-americano Donald Trump se reuniram neste domingo (26), em Kuala Lumpur, capital da Malásia, em um encontro que durou cerca de 50 minutos. Essa foi a primeira reunião presencial oficial entre os dois líderes desde que Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos. A Malásia está 11 horas à frente do horário de Brasília.
Segundo Lula, a conversa foi “franca e construtiva” e teve como principal pauta a ampliação das relações comerciais e econômicas entre Brasil e Estados Unidos. O presidente informou que as equipes técnicas dos dois países irão iniciar “reuniões imediatas” para buscar soluções conjuntas em temas como tarifas e barreiras comerciais.
“Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as barreiras comerciais”, escreveu Lula na rede X (antigo Twitter).
Antes da reunião, o presidente norte-americano demonstrou otimismo em relação ao diálogo e afirmou ter respeito e admiração por Lula. “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil. É um grande país e eles estão indo muito bem até onde eu sei”, declarou Trump à imprensa antes do encontro.
Após a conversa, o presidente norte-americano reforçou o tom positivo. “Vamos chegar a uma conclusão rápida sobre tarifas”, disse.
O encontro faz parte da agenda de ambos os presidentes durante o Fórum Econômico Asiático, que ocorre na Malásia. Segundo fontes diplomáticas, os dois países pretendem retomar o diálogo econômico em níveis mais técnicos, com foco em comércio agrícola, meio ambiente e energia limpa.
Próximos passos
Apesar das diferenças políticas e ideológicas, as equipes diplomáticas de Brasil e Estados Unidos vêm mantendo canal aberto de comunicação para tratar de temas de interesse comum. O objetivo, segundo assessores do Palácio do Planalto, é “restabelecer uma relação de confiança e pragmatismo”, especialmente nas áreas de comércio exterior e investimento.
Fontes ligadas à comitiva brasileira afirmaram que Lula apresentou dados sobre o crescimento das exportações brasileiras e defendeu o fortalecimento do Mercosul como parceiro comercial dos Estados Unidos.
Trump, por sua vez, teria demonstrado interesse em negócios na área de energia e infraestrutura, destacando o papel estratégico do Brasil no fornecimento de commodities e biocombustíveis.
O encontro foi considerado bem-sucedido por integrantes das duas delegações. Fontes do Itamaraty classificaram o diálogo como “produtivo e respeitoso”, destacando que a conversa pode abrir espaço para novas parcerias comerciais e tecnológicas.