O comércio de Santa Catarina teve o maior saldo negativo de vagas do país, com fechamento de 737 empregos formais em agosto. No mesmo mês do ano passado, o estado havia gerado 1,3 mil novas vagas no setor. Foi o pior resultado para um mês de agosto. Apenas Santa Catarina e Rio Grande do Sul registraram queda no período em todo o país. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta segunda-feira (29) pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e analisados pela Facisc (Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina).
Entre os segmentos do comércio, o maior fechamento de vagas ocorreu no varejo, principalmente nos supermercados e hipermercados, com fechamento de 304 vagas em agosto, setor que em julho havia registrado o maior crescimento do volume de vendas do país (9%).
O fechamento de vagas no comércio se deu também na venda de produtos de uso pessoal e doméstico, como no comércio de vestuário e acessórios (-127), de eletrodomésticos e de móveis, que já registraram volume de vendas negativo em julho.
Saldo negativo nos municípios
Dos municípios catarinenses, 45% deles tiveram saldo negativo no setor em agosto, com destaque para várias regiões do estado, tanto municípios do Oeste, como também do Norte, da Grande Florianópolis e do Sul. Por exemplo, em Chapecó, Balneário Camboriú, Rio do Sul e Criciúma, o fechamento de vagas se deu principalmente em supermercados e hipermercados. Já em Florianópolis e Brusque, nas vendas de material de construção e equipamentos de informática e comunicação.
Indústria também é impactada
O resultado negativo se deu também no setor da indústria. Santa Catarina teve o segundo pior desempenho em agosto, com fechamento de mais de 1,6 mil vagas, atrás somente do Rio Grande do Sul (-4,1 mil vagas). Mais de 60% dos setores da indústria registraram saldo negativo no mês. O setor de madeira segue o mais impactado, pela política do tarifaço dos EUA, com queda de 962 vagas. Outros setores também registram queda nas vagas, impulsionado pelo cenário geopolítico, como o automotivo, que teve queda nas exportações em agosto tanto para os EUA, como para países da Europa.