Mesmo com o período de interrupção no fornecimento de água maior do que as cinco paradas anteriores da ETA Cubatão, o processo de normalização foi mais rápido. No último fim de semana (20 e 21), a estação ficou parada para as obras por 16 horas. A previsão era de que o abastecimento estivesse normalizado apenas na terça-feira. Porém, com as ações de modernização e manobras operacionais, na segunda-feira pela manhã, os bairros já estavam com abastecimento e no fim do dia a situação estava normalizada.
Isso foi possível graças a um planejamento que envolveu ações executadas antes, durante e depois da parada, baseado em um levantamento detalhado realizado pela equipe técnica da Águas de Joinville. Ao longo das paradas da ETA para obras de modernização, foram avaliadas as regiões que demoravam mais para ter o abastecimento normalizado, identificando áreas críticas.
Com esses dados em mãos, foram realizadas melhorias nas redes de distribuição. Alguns dispositivos instalados nas tubulações, como válvulas redutoras de pressão (VRPs), permitem à Companhia realizar manobras operacionais para auxiliar as regiões atendidas a terem água mais rápido. Esses mesmos dispositivos reduzem as perdas no sistema; assim, o volume de água que deixou de ser desperdiçado em vazamentos foi direcionado ao abastecimento da população.
Quando as válvulas redutoras de pressão entram em funcionamento, elas reduzem, de forma automática, a pressão em áreas que já estão normalizadas, e direcionam mais pressão para áreas que ainda estão em recuperação. Na região atendida pela ETA Cubatão, atualmente, há 47 válvulas que executam essa função. Dessas, 37 foram instaladas em 2025.
Também foi realizada a instalação de ventosas mais tecnológicas e modernas em pontos mais críticos das adutoras, que são as grandes tubulações, da ETA Cubatão. Desde o ano passado, 16 novas ventosas foram instaladas. Elas aceleram o esvaziamento da rede quando necessário, mas também facilitam o enchimento da tubulação. Além disso, contribuem para evitar rompimentos da rede logo após a ETA voltar a operar, pois evitam a formação de bolhas de ar ao longo das tubulações.
Para acelerar a normalização do sistema, há também ações que iniciaram antes mesmo da parada da ETA, como a limpeza de decantador e filtros. Antecipando essa limpeza, é possível que a ETA trabalhe direto por três dias, utilizando seis bombas e operando em sua capacidade máxima.
O novo sistema de bombeamento da ETA Cubatão, que faz parte do projeto de modernização, também ajudou na recuperação do abastecimento na cidade, pois injetou mais água na rede de distribuição. As novas bombas permitem ajustar a velocidade de acordo com a necessidade, possibilitam o controle preciso de fluxo e pressão, além de reduzir o desgaste mecânico do equipamento.
“Já estamos colhendo resultados das intervenções realizadas dentro do projeto de modernização. Conseguimos injetar mais água nas redes por conta das melhorias no sistema de bombeamento. Vale ressaltar que os investimentos em ações para redução de perdas de água também contribuem para acelerar a normalização do abastecimento. Como reduzimos o volume diário de perdas, toda essa água é direcionada aos imóveis, diminuindo o tempo de retomada do sistema”, ressalta Sidney Marques de Oliveira Junior, diretor-presidente da Águas de Joinville.
Bairros com áreas críticas tiveram o abastecimento normalizado em tempo recorde
Além dos resultados já obtidos com a modernização, e de todo o trabalho que vem sendo feito para redução de perdas de água, manobras nas redes de abastecimento e em reservatórios também contribuíram para acelerar a normalização do abastecimento após a última parada da ETA Cubatão.
Com essas manobras, vários bairros apresentaram uma recuperação muito mais rápida, se comparado com outros momentos em que o sistema de abastecimento precisou ficar interrompido por horas. Entre eles estão Boa Vista, Costa e Silva, Comasa, Espinheiros e Parque Guarani, onde os moradores sentiam uma demora maior na normalização.
“Em várias regiões, conseguimos reduzir o tempo necessário para normalização de dois dias para um período de cinco a 12 horas. Já em outros bairros onde os moradores levavam 24 horas para ter o abastecimento normalizado, com as diversas manobras na rede, conseguimos abastecer os imóveis em até oito horas”, ressalta Sidney.
Um exemplo é o dos bairros Bucarein e Boa Vista que, se fosse antes, levaria dois dias para o abastecimento de água ser normalizado. Mas, após a ETA voltar a operar, a água retornou em cerca de cinco horas. Isso porque o reservatório R-3, que abastece esses dois bairros, recebeu neste ano a implantação de um by-pass, tubulação que liga a entrada e saída de água do reservatório.
Com ele, a água que veio da adutora foi direcionada primeiro para abastecer as caixas-d’água dos imóveis, antes de encher o reservatório. A região do Boa Vista também recebeu a instalação de uma bomba para melhorar o abastecimento em regiões mais altas e um medidor de vazão e pressão para permitir o monitoramento do abastecimento em tempo real.
No bairro Paranaguamirim, o tempo de recuperação do abastecimento caiu de dois dias para 12 horas. A melhoria aconteceu após a instalação de uma tubulação específica (by-pass), na válvula redutora de pressão da rua 6 de Janeiro. Com esse sistema, a água pode ser enviada diretamente para os imóveis, sem depender do enchimento completo dos reservatórios. A abertura manual do by-pass permite uma resposta mais rápida, reduzindo os impactos na rotina da população.
No Costa e Silva, o retorno da água também demorava até dois dias, principalmente para os moradores das partes mais altas. Neste domingo, o abastecimento voltou em aproximadamente oito horas. Isso aconteceu porque a Águas de Joinville fez uma nova ligação da adutora de 600 milímetros com a tubulação de 300 milímetros na rua Rui Barbosa. Essa é outra melhoria na rede que também permite mandar a água direto para as casas, sem depender do enchimento do reservatório. E com o controle da pressão, a água chega de forma equilibrada em toda a região, sem prejudicar as tubulações.
Outro caso é o do reservatório R-8, que abastece regiões como Bom Retiro, Santo Antônio e Jardim Sofia, e que ajudou o reservatório R-1 a levar água para bairros como Comasa, Espinheiros, Iririú e Jardim Iririú. A ligação entre os dois reservatórios, feita por uma rede que passa pela rua Papa João XXIII, reduziu o tempo de normalização no abastecimento. Antes a água demorava até um dia para voltar, agora, ela chega às torneiras em oito horas.
Mais um aspecto que contribuiu e merece ser ressaltado foi a colaboração dos joinvilenses com o consumo consciente. A economia de água feita pela população também ajudou na recuperação do sistema de abastecimento.