Nos últimos dias só se fala no pedido de urgência da anistia daqueles brasileiros que foram condenados com penas despropositadas pelo Supremo Tribunal Federal, também alcançando militares colaboradores do governo Bolsonaro e o próprio ex-presidente. Hugo Motta, presidente da Câmara, atendeu aos apelos formulados pelas bancadas de oposição, e o pedido foi aprovado com mais de 300 votos.
Até parlamentares da esquerda respaldaram, entre eles, uma dúzia de petistas. Observando essa realidade, é imperioso questionar: essa anistia é para valer? A resposta é óbvia. Não passa de um espetáculo teatral, uma encenação, inclusive da própria oposição, para terem discurso na linha do “olha, tentamos, aprovamos o pedido de urgência, mas não foi possível.”
Por que o colunista afirma isso? Basta ver o nome escolhido pelo presidente da Câmara para ser o relator. Ele, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, que alguns anos atrás foi condenado a 10 anos pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal, e depois absolvido em plenário. Mais um descondenado, mais um esquerdista corrupto.
Claro
Este sanguessuga dos trabalhadores, ultimamente, tem qualificado Alexandre de Moraes como um democrata e considera aqueles brasileiros do oito de janeiro não como golpistas, mas sim como terroristas. Mas se cala ante MST, MTST, só pra ficarmos no território tupiniquim.
Canalha
A verdade é que nem golpistas eles foram, e Paulinho da Força os considera terroristas. Já avisou: não tem como encontrar solução individual para anistiar Jair Bolsonaro.
Blá blá blá
Não haverá cancelamento de sentenças, de penas, mas a redução delas. Ou seja, tudo maquinado, tudo alinhavado, num acordão com o próprio Supremo Tribunal Federal. E aí Bolsonaro fica em prisão domiciliar como consolo, como proposta de consolação.
Ratalhada
Parte da oposição vai reagir, os liberais; mas a outra parte, aquele centrão pragmático, esqueçam, não querem mais saber de Lula porque virou leproso. Seu “governo” está inviabilizado e estão todos devidamente afinados com o setor financeiro e também com a classe empresarial, que deseja Tarcísio de Freitas. Simples assim.
O governador de São Paulo é o candidato temido pelo sistema, pelo “governo” e pelo Planalto, porque é aquele com melhores perspectivas de crescimento.
Enterro
Então, a anistia vai morrer, literalmente, na casca. E vamos caminhar para um processo eleitoral que, muito provavelmente, vai reunir como principais protagonistas o próprio Lula da Silva (que novidade!), se efetivamente encarar as eleições.
Vermelho
As pesquisas é que vão sinalizar. Se as perspectivas forem desalentadoras, considerando que já tem mais de 80 anos, a deidade vermelha vai bater em retirada.
A última imagem é a que fica. Se o cenário for desfavorável, Lula vai lançar outro nome e vai curtir a vida. Essa que é a grande verdade. Porque, se ele está imaginando que o ponto de definição das eleições será a soberania nacional, esse papinho furado — que foi a única e última bandeira que ele conseguiu desfraldar, em meio ao tarifaço e às sanções do presidente Trump, provocadas por ele — está redondamente enganado.
Embretado
Lula fez tudo de forma premeditada. Dane-se o Brasil, o trabalhador, o profissional liberal, o empresário, a dona de casa. Ele queria isso mesmo porque não tinha mais saída. Só que o brasileiro não vai votar por questão relacionada à soberania nacional.
Aritmética
O cidadão vai votar com um B ao quadrado: B de barriga, B de bolso. Como bem disse o marqueteiro que elegeu Bill Clinton, quando George Bush pai completava o primeiro mandato, invadiu o Iraque, estava com a popularidade em alta, mas a situação do poder aquisitivo do americano estava na lona — assim como ocorre hoje no Brasil.
É dele a frase que é aplicável ao momento atual do Brasil como projeção para a disputa eleitoral de 2026: “É a economia, estúpido.” Aliás, ao que parece, Lula da Silva revela-se um estúpido ou, circunstancialmente, está enganando os próprios aliados e correligionários, acenando com uma nova candidatura que, no sentimento de muitos integrantes da esquerda nacional, não vai se materializar. Porque Tarcísio de Freitas começa a ganhar contornos de uma candidatura que veio para ficar.