Jaraguá do Sul está voltada, providencialmente, para a programação da Semana Nacional do Trânsito, de 18 a 25 de setembro. Isso porque os números revelam um drama social. Em 2024, aproximadamente 5.800 cirurgias de emergência foram realizadas no município, e 74% delas tinham natureza ortopédica. Pior ainda, cerca de 2.550 procedimentos, representando uma média de sete por dia, estão diretamente ligados a sinistros viários.
Por trás de cada dado, há famílias despedaçadas, sequelas irreversíveis e vidas que poderiam ter sido poupadas se houvesse mais consciência e educação ao volante.
A campanha, conduzida pela Prefeitura e pela Diretoria de Trânsito em parceria com o movimento Marcha do Silêncio, não se limita a cartazes e palestras. Ela é um grito coletivo para que motoristas, motociclistas e pedestres compreendam que a segurança é um dever compartilhado.
O município cumpre sua parte: sinaliza, fiscaliza, mantém a infraestrutura. Mas, como alerta a diretoria de trânsito, nada disso basta quando o condutor insiste em transformar o veículo em arma, guiado por imprudência, velocidade, álcool ou distrações com o celular.
A conta não é apenas humana. Cada acidente representa também um peso financeiro para o sistema de saúde, desviando recursos que poderiam ser aplicados em educação, cultura ou inovação. Ou seja, todos os cidadãos acabam pagando essa conta.
A cidade precisa romper o ciclo da negligência. Respeitar limites de velocidade, dizer não à bebida antes de dirigir, guardar o celular: atitudes simples que salvam vidas. Este editorial é um convite urgente à responsabilidade e prática da cidadania. O trânsito de Jaraguá do Sul só será seguro quando cada cidadão entender que dirigir é um ato de respeito coletivo. Afinal, a vida de todos depende de cada um.