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Leite derramado – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

17/09/2025 - 07:09

Todos os dias vemos pessoas, de todas as idades, em leitos de hospital ou mesmo mandados para casa para esperar pela hora da passagem… Pessoas, freqüentemente, ricas, dinheiro sobrando, mas a vida faltando. O que se passa na cabeça dessas pessoas? Muitas não contam, ou por arrependimentos, vergonha ou por outra razão desagradável… Será que nesses momentos essas pessoas lembram-se do samba de Ataulfo Alves que cantava: – “Eu era feliz e não sabia…”? Muita gente é feliz e não sabe, gente pobre, gente que não sabe que a felicidade está muito mais na palma da mão dos pobres que dos ricos. Aliás, dizendo isso, lembro-me de uma psicologia milenar que enfatiza: – “A riqueza e a pobreza não dependem do que temos, mas do quanto estamos felizes com o que temos”. Costumamos acordar para o valor do leite depois do leite derramado… Conheço alguns formidáveis casos de homens arrependidos por terem dado no pé de um casamento que era tranqüilo e feliz, mas os caras achavam que ela era chata, que a vidinha era uma rotina monótona, isso e mais aquilo… Deram no pé. Circularam por aqui, circularam por ali, pularam cercas de todo tipo, os imbecis, para só então dar-se conta de que eram felizes e não sabiam. Criamos situações parecidas no trabalho, na saúde, nas amizades e antes de tudo com nossa própria cabeça, pensando bobagens, desejando tolices, jogando tempo fora e nunca chegando à ilha do paraíso. Uma ilha que só pode estar dentro de nós… Amarrar-se ao passado é jogar o tempo pela janela, viver angústias de problemas ainda não chegados é outra estupidez, uma estupidez que atende pelo nome de ansiedade. Errei? Erramos. Temos o apagador na palma da mão, é só limpar o quadro das lembranças, ficar com as lições que elas deixaram e… Escrever uma nova história em nossa vida. Nunca é tarde e sempre é possível, basta que tenhamos consciência dos erros, tiremos as inseguranças produzidas pela ansiedade e… Gozemos das nossas riquezas que só podem ser vividas no aqui e agora e com o que agora temos. Não é preciso uma mega-sena premiada para sermos felizes, já somos muito ricos com o que temos. E é bom termos essa consciência antes de um “furacão”. Cuidado.

LOUCURA

Sai para dar uns giros, papel e caneta no bolso e lá me fui… Pois não é que passa por mim uma jovem mulher que me fez parar e repensar a vida: que vida de estonteados! A moça estava com os seis quase nus. Num seio a tatuagem de um meio-rosto de mulher, no outro seio o outro meio-rosto. Uma cara de mulher tatuada metade por metade em cada seio. Coitada, deve ser órfã e… Transtornada também.

VELHOS

E o que dizer dos velhos, por maioria? Toda hora passa por mim em Florianópolis um velho todo tatuado. Alguns raspam a cabeça e tatuam a cabeça, desenhos como uma toalha acima das orelhas. Outros “tintam” os braços de tal modo que penso num primeiro momento que é manga da camisa, não é… É a bobice do idoso, não, perdão, idoso é quem tem idade e se respeita.

FALTA DIZER

Circulando pelos canais da tevê, parei na TV Câmara. E vi uma cena que me fez chegar às lágrimas. Um camarada com uma serra elétrica imensa derrubava uma árvore centenária. Ver aquela velha, imensa e robusta árvore ir ao chão me fez chorar. Era uma vida tirada pelo desejo leviano de vagabundos dinheiristas. O que é deles está guardado… Ah, está!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.