O lançamento do programa “Procuradoria da Mulher em Ação”, em Jaraguá do Sul, sela um capítulo significativo na luta contra uma das maiores chagas sociais do nosso tempo: a violência contra a mulher. A iniciativa, carrega um simbolismo poderoso ao buscar formar uma nova geração consciente, capaz de compreender a gravidade do problema e de agir preventivamente diante de situações de abuso, preconceito ou agressão. Vale considerar que não se trata apenas de educar, mas de transformar, efetivamente, mentalidades e, consequentemente, o futuro da sociedade.
O Brasil ainda amarga índices alarmantes de violência de gênero. Ou seja, somos um país que não cuida das mulheres. Diariamente elas são vítimas de agressões físicas, psicológicas, sexuais e até da mais extrema forma de violência, o feminicídio, resultado de uma persistente cultura machista patriarcal.
Essa realidade exige respostas concretas e eficazes, que ultrapassem os muros do judiciário ou das delegacias. A verdadeira mudança começa no campo da educação e da sensibilização, pois é ali que se moldam os valores que orientarão nossas relações sociais. Nesse sentido, o programa lançado em Jaraguá do Sul merece ser enaltecido: ao inserir a temática na rotina escolar, cria-se um espaço de reflexão e diálogo fundamental para romper ciclos de silêncio e omissão.
Entretanto, a responsabilidade não deve recair apenas sobre a escola ou sobre as instituições públicas. Cabe também à família, à comunidade e a toda sociedade assumir o compromisso de apoiar essa causa. É urgente que se combata a naturalização de comportamentos violentos e que se incentive a denúncia e a proteção às vítimas. A violência contra a mulher não é um problema privado, mas um desafio coletivo que corrói os alicerces da dignidade humana.
Portanto, Jaraguá do Sul dá um passo firme nessa questão. Deve-se, agora, com a mesma determinação, acompanhar de perto os resultados. Afinal, combater a violência contra a mulher é um dever de todos.