terça a sexta-feira, no início da manhã, a partir das 6h, aproveitando as condições climáticas favoráveis e o pico de atividade do mosquito. Todas as solturas são realizadas pelas equipes da Vigilância Ambiental e Wolbito do Brasil, em carros identificados e profissionais habilitados. Cada rota leva, em média, duas horas para ser concluída.
Em cada ponto de soltura, é aberto um frasco com até 300 mosquitos. As equipes técnicas estabeleceram para Joinville 3.844 pontos de soltura, distribuídos em 84 rotas, que são acompanhadas por aplicativo. A estratégia prevê 26 semanas de liberações em campo até o início de 2026.
Além dos bairros Glória, Santo Antônio, Bucarein e o distrito de Pirabeiraba, também serão contemplados nesta segunda fase os bairros Adhemar Garcia, Anita Garibaldi, Boehmerwald, Dona Francisca, Itinga, Jardim Paraíso, Nova Brasília, Rio Bonito, Saguaçu, e Vila Cubatão. A área de soltura abrange 150 mil moradores. Em 2024, a primeira fase do método contemplou 17 bairros e beneficiou 360 mil moradores.
O Gerente de Implementação da Wolbito do Brasil, Gabriel Sylvestre, detalha que, nesta nova fase, a biofábrica em Joinville passa a atuar como um Núcleo Regional de Produção porque oferece a estrutura necessária para atender aos municípios vizinhos.
“Joinville entra na segunda fase contemplando mais de 150 mil pessoas, chegando a 75% do município coberto. A estrutura física em Joinville é muito boa. A Prefeitura conseguiu criar um ambiente muito propício a produção dos mosquitos e a equipe técnica da cidade é pró-ativa e muito boa no que faz. Então, o conhecimento técnico ligado a boa vontade, a pró-atividade operacional, garantiu uma boa execução do projeto por aqui. Serve de exemplo para outras cidades no Brasil e tem nos ensinado muito a como prosseguir nas próximas etapas”, avalia Sylvestre.
O Núcleo Regional de Produção em Joinville produz cerca de 3,5 milhões de mosquitos por semana, que serão distribuídos para Joinville, Balneário Camboriú e Blumenau. A expectativa é que estes Wolbitos se reproduzam em campo, se estabeleçam nessas regiões e assim possam garantir a proteção das pessoas.
Para o prefeito de Joinville, Adriano Silva, Joinville ter se tornado um Núcleo Regional de Produção é um reconhecimento dos esforços do município em trazer o Método Wolbachia para Santa Catarina.
“Quando começamos o trabalho com o Ministério da Saúde, Fiocruz, Secretaria do Estado da Saúde e Secretaria da Saúde de Joinville, trouxemos um método inovador no Brasil que poucas cidades haviam implementado. A infraestrutura de Joinville, nossos servidores e o investimento que a Prefeitura fez na biofábrica nos deu condições para sermos hoje parceiras de outros municípios que, com certeza, terão resultados muito promissores como nós já estamos tendo em Joinville”, afirma o prefeito.
O Método Wolbachia auxilia na redução da transmissão de arboviroses como dengue, zika e chikungunya e integra uma série de ações estratégicas promovidas pela Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria da Saúde, para diminuir o número de casos de dengue no município. Ações como mutirões, campanhas de conscientização como o Dez Minutos Contra a Dengue e ações educativas sobre a eliminação de possíveis criadouros do mosquito são iniciativas contínuas realizadas pelas equipes da Vigilância Ambiental.
O Método Wolbachia
O Método Wolbachia é uma tecnologia inovadora e sustentável conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde e operada pela Wolbito do Brasil que utiliza mosquitos Aedes aegypti que carregam a Wolbachia, uma bactéria presente naturalmente em mais da metade dos insetos da natureza, inclusive nas abelhas, por exemplo.
Quando os mosquitos com Wolbachia se reproduzem com os mosquitos locais, transmitem a bactéria para seus filhotes e assim, sucessivamente, aqueles mosquitos deixam de transmitir as doenças.
Os dados mais recentes divulgados pela Wolbito do Brasil mostram que na cidade de Niterói, o Método auxiliou na redução de 89% dos casos de dengue. Essa tecnologia é utilizada também em 15 países e outras cidades brasileiras como Belo Horizonte e Campo Grande, além de Joinville onde os indicativos são promissores.