Jaraguá do Sul já teve seu “templo da diversão”, e atendia pelo nome de Salão Doering. Quem viveu os anos 1970 e 1980 na cidade sabe que não havia fim de semana sem música ecoando daquele casarão que misturava elegância antiga com a vibração de juventude inquieta.
O Doering foi uma espécie de laboratório social, onde se aprendia a dançar, a paquerar e, muitas vezes, a testar os limites da paciência dos pais que esperavam a filha voltar antes das badaladas da meia-noite.
Os encontros e primeiros namoros no Doering eram temperados com cuba, cerveja e cigarro aos embalos de “Monia”, “Do”, “Only You”, “Rivers Of Babylon”, todas as do Roberto Carlos até “Macho Man” de Village People. Os casamentos eram selados na pista de dança e, dizem os mais maldosos, que até divórcios eram anunciados ao som de boleros sofridos.
Afinal, o Doering era democrático, abria espaço tanto para as juras de amor quanto para as lágrimas discretas ao lado do balcão, onde a dose tinha sua rigorosa medida riscada na parede. Não faltava quem jurasse que ali, em meio a atmosfera enevoada de luz e fumaça, se escreviam histórias de vida que ficaram na memória.