O jornalista e empresário Paulo Figueiredo afirmou que os Estados Unidos revogaram os vistos do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A declaração foi dada nesta quarta-feira (20), em entrevista ao Poder360.
Segundo Figueiredo, que alega ter acesso a fontes próximas ao governo do presidente Donald Trump (Partido Republicano), os cancelamentos teriam ocorrido de forma sigilosa, sem divulgação oficial.
“Minha fonte é indiscutível. A mesma fonte que deu o cancelamento de todos os outros ministros. A fonte fui eu”, declarou ao veículo.
Ainda de acordo com Figueiredo, Rodrigo Pacheco estaria ciente da revogação por ter acesso ao seu e-mail institucional, ao contrário de Lewandowski, que, segundo ele, não teria mais acesso ao e-mail usado quando integrava o STF, o que poderia justificar o desconhecimento da notificação.
Recado ao Congresso
Figueiredo também afirmou ao Poder360 que a medida teria caráter político e simbólico, como um aviso aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
“É uma demonstração de que aqueles que utilizarem a posição do Legislativo para encobrir os crimes do Alexandre de Moraes também vão sofrer as consequências”, declarou, referindo-se ao ministro do STF.
Segundo ele, Pacheco deixou de dar andamento a “duas dúzias ou mais” de pedidos de impeachment contra Moraes. Figueiredo acrescentou que Motta e Alcolumbre podem ser os próximos a ter seus vistos revogados, caso continuem impedindo a votação de propostas de anistia a presos e investigados pelos atos de 8 de Janeiro.
No último dia 14, Hugo Motta declarou que não há espaço no Congresso para uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, como defende parte da oposição ao governo.
Outras sanções e revogações
Figueiredo afirmou ainda que o visto de Ricardo Lewandowski teria sido cancelado não apenas por sua atuação no Supremo Tribunal Federal, mas também pelo seu papel à frente do Ministério da Justiça durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Era importante um ministro diretamente ligado ao Lula sofrer as consequências”, justificou.
Além disso, já foram revogados os vistos da esposa e da filha do ministro Alexandre Padilha (Saúde), bem como de servidores e ex-servidores ligados ao programa Mais Médicos, segundo informações anteriores divulgadas pela imprensa norte-americana.
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, também teve seu visto suspenso. Em um evento de lançamento de livro realizado no início de agosto, Mendes chegou a ironizar a situação publicamente.
No dia 18 de agosto, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que havia ordenado a revogação do visto de Alexandre de Moraes e de seus aliados no Supremo, além de familiares.