Por incrível que pareça, a liberdade é uma arma pesada, ela pode nos abrir caminhos ou nos pôr abaixo. Um dos exemplos mais imediatos e incontestáveis começa cedo, pela manhã, logo que saímos da cama e começamos a nos arrumar para o trabalho. Tomado o café, ajeitada a cama, vamos ao guarda-roupa. – “Hummm, que roupa vou usar hoje”? Essa pergunta me leva a uma escolha e essa escolha, liberdade minha, vai me revelar diante dos olhos alheios. Se é verdade aquela frase que diz – “Fala, se queres que te conheça”, esta outra também é incontestável: – “Escolhe tuas roupas para que eu te conheça”! Todos nós, sem exceção, julgamos a roupa alheia antes de uma troca de palavras. E mesmo que a pessoa se revele educada, culta, qualificada em alguma coisa, a roupa que ela usa vai nos deixar pensamentos, pensamentos para o negativo ou positivo. Um novo carro lançado no mercado vai ser aprovado e desejado muito mais por suas linhas externas que por sua qualidade no motor. Quanto a nós, humanos, somos permanentemente julgadores, mas vivemos esquecendo que os outros também o são. E há dois modos de nos vestirmos: o modo consciente e o modo inconsciente. No modo consciente pego as roupas que eu quero, com antecipação dos resultados que elas me vão trazer, faço e sei o que estou fazendo. Nesse caso, se houver silenciosas ou não pedradas é problema todo meu, assumido previamente. O maior problema é que, mais das vezes, de modo inconsciente, as pessoas se vestem sem se dar conta do ridículo, do ridículo por várias razões. Há lugares onde precisamos de mais discrição, mais decoro e em outros nem tanto… Estás saindo para um primeiro encontro? Então, é bom já sair avisado: vais ser julgado, julgada por várias razões. Cada um de nós tem sua escala de valores. Não é por outra razão que a entrevista é o que mais reprova candidatos na seleção para empregos. Claro, isso em empresas robustas, bem determinadas. Mas tudo isso que estou dizendo é perda de tempo para muita gente. Vejo todos os dias novos “casamentos”, casamentos entre esses bobocas, eles e elas, que se acham influenciadores ou artistas, ainda que sem nenhum talento. Escolher um “amor” pela imagem publicitária dele ou dela é típico dos entupidos da vida.
PALAVRAS
Conselho para os casados? Não, observação para todos nós. Diz o ditado que quem cala consente. Nem sempre. Quando um chato, um cônjuge, está dizendo bobagens (o que é muito comum, bah) melhor é ficar em silêncio. Contestar vai dar briga, tentar corrigir é perda de tempo. Melhor é deixar o chato cair em si, dar-se conta de suas tolices. Isso vai acontecer? Jamais. Então, o melhor é ir à cozinha beber água…
JUSTIÇA
Um caso de repercussão em São Paulo. Um machinho de araque surrou pesadamente a mulher. Foi preso. E quem o está defendendo é uma mulher, advogada. Contestada, ela respondeu que “a justiça não tem sexo”. A justiça pode não ter sexo, mas as pessoas devem ter pudor, decência, ética. Nem por milhões de reais alguém deve aceitar defender a causa de quem comprovadamente comeu um crime bárbaro. Sim, perco tempo.
FALTA DIZER
Acho uma falta de pudor uma pessoa estar viva e muitos em torno dela ou a imprensa começarem a falar em quem será seus herdeiros, quanto ela vai deixar. Broncos fazem isso, a maioria, infelizmente. Ademais, herança é coisa típica de quem não deu pra nada na vida, colhem sem plantar.