Dados dos Bombeiros Voluntários indicam que, entre janeiro de 2024 e julho de 2025, foram registrados 26 acidentes envolvendo colisões entre ônibus e pedestres, ciclistas ou motociclistas. Destes seis foram com bicicletas, nove com carros, dez com motos e três com pedestres.
Grande parte dessas ocorrências pode estar ligada aos chamados “pontos cegos” — áreas em torno dos ônibus nas quais o motorista têm pouca ou nenhuma visibilidade. Essas zonas críticas incluem as laterais traseiras, a frente do veículo próxima ao para-brisa e as áreas junto às portas.
Foto: Arquivo/Fábio Junkes/OCP News
Empresas implementam ações de segurança
Diante desse cenário, empresas que operam o transporte coletivo urbano no município, como a Viação Canarinho e Senhora dos Campos, têm adotado medidas preventivas. Motoristas recebem treinamentos frequentes sobre direção defensiva, prevenção de acidentes e atenção redobrada nas zonas de baixa visibilidade.
Além disso, foram instalados adesivos informativos em pontos estratégicos da carroceria dos veículos, indicando visualmente onde estão os “pontos cegos”. O objetivo é alertar pedestres, ciclistas e condutores sobre o risco de acidentes nessas áreas. A instalação de câmeras de monitoramento em toda a frota urbana também está em andamento, com o intuito de ampliar a segurança e fornecer registros úteis para futuras análises de ocorrências.
Depoimentos reforçam importância da conscientização
Gabriel Leno Carneiro, auxiliar de produção, afirma que nunca presenciou acidentes envolvendo ônibus, mas compreende o risco. “Sei o que é ‘ponto cego’. É melhor não ficar muito próximo da parte traseira do ônibus, porque ali pode acontecer acidente. O motorista tem que estar atento, e o passageiro também.”
O vigilante Osvaldo da Silva Colaço destacou que a sinalização visual tem feito diferença na rotina urbana. “Esse aviso é muito importante. Antes não existia e o pessoal não sabia. Agora, com o adesivo, ficou muito melhor para o usuário. A maioria dos acidentes acontece por distração — o pessoal desembarca com pressa, sai correndo. Agora estão prestando mais atenção por causa do aviso, que está atrás e na lateral dos ônibus”, comenta.
Vigilante Osvaldo da Silva Colaço | Foto: Gabriel JR/OCP News
Com seis anos de experiência na direção de ônibus, Genivaldo Ferreira Keller também comentou sobre os desafios. “O ‘ponto cego’ já vem especificado nos veículos, mas ainda é difícil para as pessoas enxergarem e respeitarem essa sinalização. Se todos observassem e seguissem à risca os avisos nos ônibus, muitos acidentes seriam evitados”, comenta.
Ele relata que já presenciou acidentes durante o trabalho e até vivenciou um episódio enquanto dirigia. “A lateral esquerda do motorista quase não dá para enxergar. Alguns metros para trás, não vemos nada. O pessoal buzina, reclama, mas como eu disse: se olhassem o sinal de ‘ponto cego’ no ônibus, muita coisa poderia ser evitada”, alerta.
Motorista de ônibus, Genivaldo Keller | Foto: Gabriel JR/OCP News
Cuidados simples no trânsito podem evitar tragédias
As empresas de transporte reforçam que comportamentos simples fazem a diferença. Pedestres devem evitar caminhar junto às laterais dos ônibus e procurar contato visual com o motorista ao atravessar a frente do veículo. Ciclistas devem manter distância lateral segura, sinalizar manobras e nunca ultrapassar pela direita.
Motoristas também têm papel essencial na prevenção: é preciso fazer uso constante dos espelhos retrovisores, reduzir a velocidade em áreas de grande circulação e manter atenção especial em cruzamentos e paradas.
A combinação de sinalização adequada, conscientização coletiva e direção responsável é fundamental para reduzir o número de acidentes e tornar o trânsito mais seguro para todos.
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