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Haddad critica oposição e diz que decisão de Trump é “política”

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Ewaldo Willerding Neto

01/08/2025 - 11:08 - Atualizada em: 01/08/2025 - 11:23

O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, retomou os ataques à oposição nesta sexta (1º) afirmando que é este grupo que vem influenciado as decisões do presidente Donald Trump contra o Brasil, como a taxação de 50% a produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Haddad afirma que as decisões são “deliberadamente política” e que o governo brasileiro tenta esclarecer aos Estados Unidos o que seria “desinformação” fornecida pela oposição para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Por razões conhecidas, [Trump] tem recebido por parte da oposição, especificamente do bolsonarismo, informações equivocadas sobre o Brasil. E nós precisamos dissipar essa desinformação e trazer o debate para a racionalidade em busca da cooperação”, disse o ministro a jornalistas ao chegar no ministério mais cedo.

Ele ainda informou que o Brasil segue negociando com os Estados Unidos sobre os produtos que não foram incluídos nas quase 700 isenções ao tarifaço de 50% que entra em vigor no dia 6 de agosto, e que uma retaliação imediata não está no radar.

O momento, afirmou, é de recorrer aos “canais competentes” onde o Brasil pode defender seus interesses, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e à Justiça americana, onde os próprios empresários tanto dos Estados Unidos como do Brasil afetados estão recorrendo.

“E, sim, buscar os canais diplomáticos competentes para atenuar o efeito da decisão sobre a economia brasileira. A tarifa de 50% é realmente uma coisa injustificável, fora do padrão de relacionamento dos Estados Unidos com qualquer outro país, não tem parâmetro que justifique”, completou.

Ele ainda pontuou que aguarda um espaço na agenda do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, para uma reunião possivelmente presencial, mas que não deve ocorrer antes do dia 6 de agosto, quando o tarifaço entra em vigor.

Ajuda aos setores afetados

O ministro Fernando Haddad ressaltou que o plano de contingência elaborado pelo governo para ajudar os setores afetados pelo tarifaço visa proteger a “soberania, a indústria e ao agronegócio” e que serão medidas “mais ou menos conhecidas” que estão tendo os números recalibrados após a confirmação da isenção de quase 700 produtos.

De acordo com ele, essa reavaliação está sendo feita tanto com sindicatos de trabalhadores como os patronais e envolve o volume de recursos que serão necessários para ajudar os setores afetados. As primeiras medidas estão sendo encaminhadas para a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e devem ser anunciadas na próxima semana.

“Algumas não vão reivindicar uma ajuda adicional porquê têm condição de redirecionar a sua produção buscando outros mercados, inclusive para o mercado interno que está aquecido. A demanda por produtos alimentares está crescendo no Brasil, a renda está crescendo, o desemprego está na mínima histórica, tem aqui no mercado doméstico uma opção”, pontuou.

Ainda segundo o ministro, o pacote de ajuda aos setores afetados não afetará o arcabouço fiscal e será operado dentro das metas estabelecidas – como o equilíbrio das contas públicas neste ano.

Haddad ainda desconversou sobre o tom e teor que o presidente Lula pretende adotar no possível pronunciamento à nação que deve fazer neste final de semana. Embora ainda não haja confirmação, há a expectativa de que ele grave uma mensagem nesta sexta (1º) em defesa de Moraes e à soberania do país.

Redução de investimentos

Ainda aos jornalistas, Haddad afirmou que os Estados Unidos têm perdido espaço na economia brasileira, com menos da metade do volume que já teve no passado (25%), e que “isso não é bom, porque é a maior economia do mundo”.

De acordo com ele, o governo Lula trabalhou com mais proximidade ao ex-presidente Joe Biden para trazer mais investimentos ao Brasil, e que segue com esse pensamento mesmo sob a gestão de Trump. O objetivo é abrir mais espaço para a parceria e “estreitar os laços de cooperação”.

Haddad ainda citou que há produtos em que “obviamente” o Brasil concorre com os Estados Unidos, como a produção de grãos, mas que há ainda muita complementariedade.

* Com informações da Gazeta do Povo.

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.