A semana gira em torno de dois partidos em Santa Catarina: o PT e o Novo, que vai realizar, no próximo sábado, na Capital, o seu encontro estadual. É um evento anual que contará com a presença do grande líder da sigla, o governador reeleito de Minas, Romeu Zema. O mineiro, aliás, é o presidenciável que está colocado sobre a mesa, embora ele próprio admita a possibilidade de concorrer como vice em uma chapa de direita. Além dele, outros dois nomes têm ganhado protagonismo pela atuação no Congresso Nacional. Na Câmara, destaca-se o gaúcho Marcel Van Hattem, e no Senado, o cearense Eduardo Girão. Os filiados do Novo vão discutir, além, evidentemente, do projeto do partido no contexto nacional, também o caminho a ser percorrido pela sigla em Santa Catarina, onde o prefeito Adriano Silva, de Joinville, é o detentor de mandato com mais força hoje no estado. Ele sinaliza claramente a intenção de que o Novo possa estar em torno do projeto de reeleição do governador Jorginho Mello.
Dissidência
Outras lideranças, como o promotor Odair Tramontin, duas vezes derrotado na disputa pela prefeitura de Blumenau, nas eleições de 2020 e 2024, e também candidato ao governo em 2022, já se inclinam mais na direção do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, do PSD.
Legislativo
O Novo tem dois detentores de mandato no âmbito legislativo: Matheus Cadorin, na Assembleia, e Gilson Marques, na Câmara. O federal assume uma postura de neutralidade, assim como Cadorin, mas este foi eleito deputado com o apoio de Adriano Silva, realidade que não pode ser ignorada.
Na proa
Existe, ainda, um ingrediente externo se considerarmos que o Novo é comandado no Brasil por um catarinense. Então, isso tudo vai ser colocado na balança, mas também depende do projeto nacional. Se a sigla lançar uma candidatura à presidência ou a vice, precisaria de um palanque em Santa Catarina, pelo menos com uma candidatura ao Senado.
Nome
Aí entra a possibilidade do deputado federal reeleito Gilson Marques assumir essa condição, tendo em vista que as eleições de 2026 ofertarão duas vagas ao Senado.
Vermelhos
Do lado do PT, ocorre uma articulação na tentativa de evitar um enfrentamento, no segundo turno, entre os deputados Fabiano da Luz e Luciane Carminatti, os dois que carimbaram passaporte para a grande final no próximo dia 27.
Convergência
Padre Pedro Baldissera, que também disputou as eleições no processo de eleição direta do PT, chegando em terceiro, tem negociado uma solução para evitar a disputa final e talvez um racha irreconciliável, tendo em perspectiva as eleições do ano que vem.
Minguou
Não custa lembrar que, sob a batuta de Décio Lima, o PT catarinense deu um belo vexame em 2024, elegendo apenas sete prefeitos. Todos em cidades pequenas.
Respaldo
Outro entusiasta da ideia de convergência é o quarto deputado estadual petista, Neodi Saretta. A iniciativa pretende levar Fabiano e Luciane a dividir o mandato de quatro anos em dois anos para cada um. Além de contemplar todas as correntes na executiva e no diretório estadual.
Cara de paisagem
Curioso nisso tudo é que tanto a Câmara Federal, onde o PT-SC tem dois representantes, quanto o presidente estadual estão fora dessas articulações. No primeiro caso, os deputados Pedro Uczai e Ana Paula Lima, e o presidente do Sebrae, Décio Lima, que é o atual presidente.
Precaução
Também nessa composição, para evitar o segundo turno e assegurar a unidade, a reaglutinação partidária e o compartilhamento do comando da sigla, está justamente a intenção de evitar uma divisão interna.
Perspectivas
Articulação que certamente considera a perspectiva de que o PT muito provavelmente não terá as mesmas condições de 2022, quando foi candidato único da esquerda ao governo do estado.
Saindo na frente
O PSOL já lançou o vereador Afrânio Boppré, ex-vice-prefeito de Florianópolis e ex-deputado estadual; e o PDT também não descarta a possibilidade de apresentar cabeça de chapa. E quem será o candidato petista ao governo? Será Décio Lima, pela terceira vez consecutiva, ou ele eventualmente vai buscar uma das vagas ao Senado?