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Jaraguá do Sul tem sexto maior consumo de ultraprocessados do país, aponta USP

Foto: Freepik

Por: Pedro Leal

14/07/2025 - 17:07

Jaraguá do Sul é a 6ª colocada entre as 20 cidades que mais consomem alimentos ultraprocessados – 27,13% das calorias consumidas no município são oriundas deste tipo de alimento. O ranking é encabeçado por Florianópolis, com 30%.

O dado consta de um estudo da Revista Saúde Pública da Universidade de São Paulo, divulgado nesta sexta-feira (27). Os pesquisadores cruzaram dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017–2018) com informações do Censo de 2010 para chegar aos percentuais.

A média brasileira gira em torno de 20%. Além de Florianópolis, outras capitais do Sul também aparecem no topo da lista: Porto Alegre (26,6%) e Curitiba (26,3%) estão entre os maiores consumidores de ultraprocessados.

Em São Paulo, a porcentagem na capital atinge 25,5%. Rio de Janeiro e Brasília têm proporções próximas, de 22,4% e 22,6%, respectivamente.

Biscoitos recheados, refrigerantes, macarrão instantâneo, nuggets e bolos prontos são alguns exemplos de ultraprocessados — produtos criados para serem práticos e apetitosos, mas que passam por diversas etapas industriais e contêm aditivos como aromatizantes, emulsificantes e corantes.

Confira o ranking:

  1. Florianópolis (SC) – 30%
  2. São José (SC) – 28,3%
  3. Balneário Camboriú (SC) – 27,8%
  4. Palhoça (SC) – 27,7%
  5. São João Batista (SC) – 27,2%
  6. Jaraguá do Sul (SC) – 27,13%
  7. Joinville (SC) – 27,06%
  8. Blumenau (SC) – 27,03%
  9. Biguaçu (SC) – 27,02%
  10. Brusque (SC) – 26,86%
  11. Itajaí (SC) – 26,74%
  12. Criciúma (SC) – 26,73%
  13. Itapema (SC) – 26,69%
  14. Joaçaba (SC) – 26,69%
  15. Indaial (SC) – 26,69%
  16. Tijucas (SC) – 26,63%
  17. Santo Amaro da Imperatriz (SC) – 26,63%
  18. Porto Alegre (RS) – 26,62%
  19. Chapecó (SC) – 26,6%
  20. Rio do Sul (SC) – 26,59%

Estudos anteriores já mostraram que o consumo frequente desses alimentos está ligado a uma série de problemas de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até maior risco de morte precoce.

Em entrevista à rádio CBN Floripa, a nutricionista Michele Rodrigues destacou a contradição de Florianópolis ser vista como uma cidade saudável, mas liderar o consumo de ultraprocessados. Ela explicou que muitos alimentos rotulados como “saudáveis”, como produtos light ou sem glúten, são ultraprocessados.

Michele também ressaltou que o consumo desses produtos está ligado à renda e à praticidade no dia a dia moderno. Entranto, é importante não demonizar alimentos ultraprocessados, mas sim priorizar a “comida de verdade”, segundo ela.

O que são ultraprocessados

  • Alimentos ultraprocessados são aqueles que passaram por vários processos industriais.
  • De maneira geral, possuem alta adição de açúcares, gorduras trans, sódio, substâncias sintetizadas em laboratório e, principalmente conservantes.
  • A composição nutricional deles é baixa. Isso significa que praticamente não possuem nutrientes para auxiliar o corpo em suas funções cotidianas. Ao mesmo tempo, são ricos em calorias.
  • A longo prazo, o consumo de alimentos ultraprocessados resulta em problemas para a flora intestinal e traz malefícios à saúde em geral, podendo causar enfermidades como obesidade, diabetes, hipertensão e osteoporose.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).