Jaraguá do Sul é a 6ª colocada entre as 20 cidades que mais consomem alimentos ultraprocessados – 27,13% das calorias consumidas no município são oriundas deste tipo de alimento. O ranking é encabeçado por Florianópolis, com 30%.
O dado consta de um estudo da Revista Saúde Pública da Universidade de São Paulo, divulgado nesta sexta-feira (27). Os pesquisadores cruzaram dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017–2018) com informações do Censo de 2010 para chegar aos percentuais.
A média brasileira gira em torno de 20%. Além de Florianópolis, outras capitais do Sul também aparecem no topo da lista: Porto Alegre (26,6%) e Curitiba (26,3%) estão entre os maiores consumidores de ultraprocessados.
Em São Paulo, a porcentagem na capital atinge 25,5%. Rio de Janeiro e Brasília têm proporções próximas, de 22,4% e 22,6%, respectivamente.
Biscoitos recheados, refrigerantes, macarrão instantâneo, nuggets e bolos prontos são alguns exemplos de ultraprocessados — produtos criados para serem práticos e apetitosos, mas que passam por diversas etapas industriais e contêm aditivos como aromatizantes, emulsificantes e corantes.
Confira o ranking:
- Florianópolis (SC) – 30%
- São José (SC) – 28,3%
- Balneário Camboriú (SC) – 27,8%
- Palhoça (SC) – 27,7%
- São João Batista (SC) – 27,2%
- Jaraguá do Sul (SC) – 27,13%
- Joinville (SC) – 27,06%
- Blumenau (SC) – 27,03%
- Biguaçu (SC) – 27,02%
- Brusque (SC) – 26,86%
- Itajaí (SC) – 26,74%
- Criciúma (SC) – 26,73%
- Itapema (SC) – 26,69%
- Joaçaba (SC) – 26,69%
- Indaial (SC) – 26,69%
- Tijucas (SC) – 26,63%
- Santo Amaro da Imperatriz (SC) – 26,63%
- Porto Alegre (RS) – 26,62%
- Chapecó (SC) – 26,6%
- Rio do Sul (SC) – 26,59%
Estudos anteriores já mostraram que o consumo frequente desses alimentos está ligado a uma série de problemas de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até maior risco de morte precoce.
Em entrevista à rádio CBN Floripa, a nutricionista Michele Rodrigues destacou a contradição de Florianópolis ser vista como uma cidade saudável, mas liderar o consumo de ultraprocessados. Ela explicou que muitos alimentos rotulados como “saudáveis”, como produtos light ou sem glúten, são ultraprocessados.
Michele também ressaltou que o consumo desses produtos está ligado à renda e à praticidade no dia a dia moderno. Entranto, é importante não demonizar alimentos ultraprocessados, mas sim priorizar a “comida de verdade”, segundo ela.
O que são ultraprocessados
- Alimentos ultraprocessados são aqueles que passaram por vários processos industriais.
- De maneira geral, possuem alta adição de açúcares, gorduras trans, sódio, substâncias sintetizadas em laboratório e, principalmente conservantes.
- A composição nutricional deles é baixa. Isso significa que praticamente não possuem nutrientes para auxiliar o corpo em suas funções cotidianas. Ao mesmo tempo, são ricos em calorias.
- A longo prazo, o consumo de alimentos ultraprocessados resulta em problemas para a flora intestinal e traz malefícios à saúde em geral, podendo causar enfermidades como obesidade, diabetes, hipertensão e osteoporose.