Essa decisão reflete um debate complexo sobre eficácia pedagógica e equilíbrio tecnológico. Do ponto de vista educacional, essa medida possui vantagens e desafios que merecem análise crítica.
Argumentos a favor:
1. Foco e redução de distrações: Livros físicos minimizam as interferências de notificações, games e redes sociais, comuns em dispositivos digitais. Estudos mostram que a leitura em papel melhora a compreensão e a retenção de conteúdo, especialmente em crianças.
2. Saúde cognitiva e física: O excesso de telas está associado a fadiga ocular, déficit de atenção e distúrbios do sono. O retorno ao material impresso pode beneficiar o desenvolvimento cognitivo e reduzir problemas posturais.
3. Equidade: Nem todos os alunos têm acesso igualitário a dispositivos ou internet de qualidade. Livros são mais democráticos e evitam exclusão digital.
Contrapontos e riscos:
1. Preparação para o futuro: A sociedade é cada vez mais digitalizada, e excluir ferramentas tecnológicas da educação pode limitar o desenvolvimento de habilidades essenciais, como programação, pesquisa online e alfabetização midiática.
2. Interatividade e personalização: Plataformas digitais oferecem recursos dinâmicos (vídeos, simulações, feedback imediato) que adaptam o aprendizado a diferentes ritmos, algo difícil com materiais estáticos.
3. Sustentabilidade: Apesar de o papel parecer mais “natural”, sua produção, se não for de reflorestamento controlado, tem impacto ambiental, enquanto o digital, se otimizado, pode reduzir desperdício.
A decisão sueca parece valorizar evidências sobre os benefícios do material físico no aprendizado, mas deve-se ponderar o risco de criar uma dicotomia desnecessária. O ideal seria um modelo híbrido, onde livros e tecnologia se complementem, com diretrizes claras para evitar os excessos do digital sem abdicar de seus avanços. A educação do século XXI exige equilíbrio: preservar o que funciona no tradicional enquanto se integra o digital de forma crítica e intencional.