Em uma época em que um simples incêndio era capaz de destruir anos de trabalho e esforço familiar, nascia em Jaraguá do Sul um dos maiores símbolos de solidariedade e proteção comunitária.
Fundada oficialmente em 22 de agosto de 1966, a Associação de Serviços Sociais Voluntários de Jaraguá do Sul, hoje conhecida como Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul (BVJS), surgiu diante da urgente necessidade de atender a população de uma cidade em plena expansão.

Foto: Divulgação/Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul
A cidade contava, à época, com cerca de 32 mil habitantes, e vivia uma fase intensa de crescimento industrial. Ainda sem um corpo de bombeiros próprio, dependia da corporação de Joinville, que levava até duas horas e meia para chegar, em estradas precárias e não pavimentadas.
Esse tempo era fatal em situações emergenciais, como o incêndio que atingiu a casa comercial Willi Mahnke, em 1964, na Avenida Marechal Deodoro. O episódio chocou a cidade e revelou o quanto a comunidade estava vulnerável diante das chamas.

Tragédia foi notícia do Jornal O Correio do Povo na época.
Foi esse sentimento de impotência e a urgência por proteção que mobilizou a sociedade jaraguaense. Com o apoio dos bombeiros de Joinville e a articulação dos membros do Lions Club, um grupo de lideranças locais decidiu agir. Nascia então a corporação que se tornaria uma das mais respeitadas de Santa Catarina.
Sob o lema “Servir a uma causa é uma honra”, a primeira diretoria foi composta por nomes que marcaram a história de Jaraguá do Sul:

Composição da primeira diretoria dos Bombeiros Voluntários. Foto: Divulgação
- Nelson Leopoldo Driessen – Presidente
- Wolfgang Weege – Vice-presidente
- Gerd Edgar Baumer – Secretário Geral
- Geraldo Merkle – Primeiro Secretário
- Eugênio Strebe – Segundo Secretário
- Ralf Marquardt – Diretor Social
- Henrique Reis Bergan – Tesoureiro Geral
- Vicente Donini – Primeiro Tesoureiro
- Luiz Lansnaster – Segundo Tesoureiro
- Geraldo Werninghaus – Comandante
- Erich Johann Schweinle – Subcomandante
- Sigolf Schünke – Auxiliar de Comando
No início, a estrutura era simples e marcada por improvisos. Os primeiros atendimentos eram realizados com um Ford Tames e um jipe, veículos modestos que serviram à corporação em seus primeiros anos.

Um dos primeiros veículos da corporação em Jaraguá | Foto: Arquivo OCP News
O jipe, símbolo da origem heróica da instituição, foi posteriormente doado ao Museu Wolfgang Weege, no Parque Malwee, onde permanece em exposição permanente. Um caminhão-pipa da Prefeitura, usado na época para molhar as ruas empoeiradas, também auxiliava os trabalhos dos primeiros bombeiros.
Mesmo com a escassez de recursos e equipamentos, a determinação dos voluntários era maior que qualquer obstáculo. A boa vontade, aliada ao espírito de servir, garantiu que a entidade crescesse e se consolidasse, chegando ao que é hoje.

Foto: Divulgação/Bombeiros Voluntários de Jaraguá do Sul