A recente conclusão da pintura de faixas de pedestres e outras sinalizações horizontais em Jaraguá do Sul, realizada pela Diretoria de Trânsito, é um passo importante, mas que deve ser visto como parte de um processo muito maior: a construção de uma mobilidade verdadeiramente segura, eficiente e sustentável. Mais do que simples linhas no asfalto, essas intervenções representam um compromisso com a vida e com o futuro da cidade.
No entanto, é preciso ir além. A sinalização é apenas a materialização de um princípio básico: o direito de ir e vir com segurança. Em uma era em que as cidades brasileiras ainda convivem com altos índices de acidentes e mortes no trânsito, cada faixa repintada, cada símbolo renovado, deve servir como um lembrete de que a segurança viária é uma responsabilidade coletiva. Motoristas, pedestres, ciclistas e poder público precisam agir em sintonia.
A evolução da mobilidade urbana exige, porém, uma visão mais ampla. Não basta apenas manter a sinalização em dia, é preciso repensar o modelo de deslocamento das pessoas, tornando-o saudável. Faixas bem pintadas são inúteis se os motoristas não respeitam ou se os cruzamentos são mal projetados. É preciso fiscalização e educação contínua para que os mais vulneráveis no trânsito não sejam vítimas de imprudência. Por isso, a sinalização deve incluir ciclofaixas e espaços bem definidos para bicicletas, além de um transporte público mais diversificado e eficiente. A propósito, uma cidade que prioriza o pedestre e o ciclista é uma cidade mais humana e menos poluída.
Sistemas inteligentes, como semáforos adaptativos e alertas para motoristas, potencializam a eficácia da sinalização tradicional. É preciso considerar, por fim, que a sustentabilidade não se limita ao meio ambiente, ela inclui também a justiça social. Uma mobilidade verdadeiramente sustentável é aquela que permite que todos, independentemente de sua condição econômica, se desloquem com dignidade e segurança.