Se alguém, ali na esquina, me parasse para perguntar como defino as cabeças humanas no mundo de hoje, não pensaria duas vezes: canos entupidos. Sem ofensas, sim, as cabeças das pessoas que andam por aí em maioria não passam de canos entupidos com o que há de pior na vida. Nem vou dizer o que penso da minha cabeça… A questão básica é que nos apegamos ao que pouco tem valor ou, pior, ficamos apegados ao que já passou e não volta mais. Claro que é muito difícil deixar algumas das nossas vivências para trás, num forçado “esquecimento”, afinal, quem não sabe que tudo o que mais forçamos esquecer não esquecemos? Esta nossa conversa tem por origem uma releitura que acabo de fazer no livro “Areté – seja a melhor versão de si mesmo”, livro do americano Brian Johson. Num dos capítulos do livro, ele diz: – “Do trabalho para o amor – transição no fim do dia”. A sugestão é para que você, eu, a mãe Joana ao encerrar o trabalho do dia lá na empresa onde trabalhamos, fechemos a porta do trabalho e nos voltemos para o amor familiar, para onde vamos depois do trabalho. Dois erros, ou possíveis erros, nessa proposta: o primeiro erro é a sugestão de que nos “desconectemos” do trabalho ao sair do trabalho, e o outro possível erro é imaginar que todos temos esse amor familiar nos esperando no fim do expediente… Não concordo com a desconexão de qualquer de nossas ações que tenha um significado importante na vida, como o trabalho. Ademais, a nossa memória não se “esquece” do que a forçamos esquecer… A boa vivência no trabalho é um energético para dar mais raízes ao amor e ao convívio familiar. Quando saímos do trabalho com um ranço no canto da boca vamos levar esse ranço para dividi-lo com os familiares. Mas entendo o que o autor do livro quis dizer. Ele sabe que a maioria não vê o trabalho como um “casamento” por amor, vê como um vínculo da necessidade financeira, tão somente isso. Nesse caso, seria boa uma desconexão momentânea, mas com futuros e piores resultados, ninguém melhora se desconectando do que precisa. Agora, imaginemos que vida feliz “seria” amar o trabalho e voltar para casa para amar os que nos esperam… Onde? Quem?…
SOCIAIS
Diploma qualquer um pode ter ou… Pode tê-lo estudando ou comprando. Nem me peça nomes e endereços famosos ou de ricos com diplomas comprados, nem me peça… E digo isso para dizer que hoje diplomas valem bem menos que as soft-skills nos ambientes de trabalho. “Soft-skills” são habilidades nos tratos sociais, o que é hoje absolutamente decisivo para o sucesso profissional. Quem não for hábil, educadamente competente nos tratos sociais vai se lascar, nunca será promovido e estará bem perto da demissão.
CASAMENTOS
Falei das “soft-skills” indispensáveis no ambiente de trabalho, certo? Mas essas habilidades não se reduzem ao meio profissional, sem habilidades sociais, outrora chamadas de educação, nenhum casamento vai chegar às Bodas de Papel, nenhum. Habilidades educadas no falar, no divergir, no convívio diário, enfim, sãos os tijolos da construção de um relacionamento pessoal, coletivo, ou no casamento, onde todas as desavenças começam por “palavras”. Raros, vão sobreviver…
FALTA DIZER
Quando estamos sufocados (levante a mão quem não estiver) por alguma coisa em nossa vida é bom não esquecer que em gavetas fechadas não entra barata… Qualquer desabafo no agora poderá se transformar num “afogamento” num breve futuro. Confiar em quem? Nós somos confiáveis para nós mesmos?