Dados da plataforma Gasto Brasil, criada pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) em parceria com a Associação Comercial de São Paulo, mostram que a despesa do governo federal com pessoal é seis vezes maior do que com investimentos.
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Em 2024, os recursos destinados ao pagamento de servidores ativo e inativo e previdenciários atingiram R$ 362 bilhões, enquanto o investimento, como obras, ficou em pouco mais de R$ 60 bilhões.
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Para o presidente da CACB, Alfredo Cotait, a plataforma Gasto Brasil é uma ferramenta que permite à sociedade civil, empresários e gestores públicos acessar de maneira simplificada a base de dados e monitorar o destino dos recursos. “O painel deixa claro que o governo gasta mais do que arrecada”, afirma.
De acordo com Claudio Queiroz, coordenador da plataforma Gasto Brasil, a distorção compromete o desenvolvimento do país e reduz a capacidade de resposta do Estado a demandas da população. “O Gasto Brasil surgiu com o intuito de trazer mais transparência sobre as despesas gerais da máquina pública”, esclarece.
Queiroz explica que a plataforma serve como um centro de pesquisa, onde é possível visualizar quem gasta mais e em que áreas. Na plataforma, as despesas do governo federal são classificadas em mais de 60 itens, agrupados em 28 categorias.
Ao comentar as alterações de impostos parte do Governo Federal para manter a arrecadação, o economista Ricardo Amorim afirmou que a troca da tributação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelas letras de crédito não muda o impacto final, que acaba recaindo sobre o contribuinte.
“O que significa nos dois casos é crédito mais caro. No caso do IOF é crédito mais caro para todo mundo. Se for especificamente em cima dos títulos — hoje isentos, emitidos para o setor imobiliário ou para o setor do agro — o que vai acontecer é que vai ficar mais caro crédito para comprar imóvel, ou seja, vai ficar mais difícil que o brasileiro possa ter uma casa própria. Ou vai ficar mais cara a produção do agro, o que vai significar alimentos mais caros no supermercado, pagos, obviamente, por todos os brasileiros.”