Por 56 votos a 11, foi aprovada, nesta terça-feira (17), pelo Conselho Universitário (CUn) o campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na Trindade, em Florianópolis, não levará mais o nome do professor João David Ferreira Lima, primeiro reitor da instituição e um dos responsáveis pela sua implantação, no início da década de 1960.
A decisão do Conselho Universitário foi embasada em um relatório da CMV (Comissão Memória e Verdade) da UFSC, que em mais de 400 páginas indicou que Ferreira Lima teria colaborado com o regime militar. Na votação foram apurados 35 votos presenciais e 21 online a favor da troca de nome do campus, e um voto presencial e 10 online contra a proposta.
Para o reitor Irineu Manoel de Souza, “foi uma decisão que reforça o conceito da autonomia universitária”. Com a mudança, a UFSC deverá alterar documentos oficiais, placas, estátuas e demais referências ao ex-reitor no campus, gerandando mais custos para a instituição.
O documento da comissão, entregue em 2018, recomendou a revisão de homenagens a nomes associados a denúncias, delações e perseguições, com destaque para o primeiro reitor, que ficou no cargo entre 1962 e 1972 e morreu em 2001, aos 91 anos.
A família de Ferreira Lima contratou a advogada Heloisa Blasi, que em dezembro de 2023 entrou com pedido de impugnação do relatório da Comissão Memória e Verdade, alegando ausência de contraditório e defesa.