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ABBC projeta fim do ciclo de alta da taxa de juros com aumento de 0,25 p.p. na Selic

Foto: Ricardo Trida/Arquivo/SECOM

Por: Pedro Leal

16/06/2025 - 15:06 - Atualizada em: 16/06/2025 - 15:37

A ABBC – Associação Brasileira de Bancos projeta a elevação de 0,25 p.p. na Selic durante a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre entre 17 e 18 de junho. Com a elevação, a taxa básica de juros ficará em 15% a.a., maior patamar alcançado em 20 anos.

Diante do cenário atual, as análises da Assessoria Econômica da ABBC indicam que o Copom deveria reforçar a importância de manter a liberdade para agir na condução da política de juros, deixando claro que as decisões vão depender do que acontecer com os principais indicadores econômicos e financeiros, garantindo mais flexibilidade e agilidade para responder a mudanças no panorama.

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Em maio, o Copom elevou a Selic para 14,75% ao ano, sem indicar os próximos passos, adotando postura cautelosa diante da incerteza externa e da necessidade de avaliar os efeitos do aperto monetário. Já o cenário inflacionário mostrou leve melhora, com queda nas expectativas do Focus e sinais positivos no comportamento das commodities.

Ainda assim, a inflação de serviços segue elevada. A atividade econômica não indica desaceleração abrupta, e a taxa real de juros permanece em nível contracionista, com o câmbio apreciado e o petróleo em alta. Esse conjunto de fatores seguirá orientando as decisões futuras.

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“Nesse sentido, ao se incorporar a atualização dos dados, certamente haverá uma melhora nas projeções do cenário de referência do Copom, que em maio indicava uma inflação anualizada de 4,8% para 2025 e 3,6% para 2026. Todavia, com as estimativas ainda permanecendo distantes da meta e a necessidade de flexibilidade e cautela para as decisões de política monetária, e para evitar uma precipitada antecipação do início do ciclo de cortes, entendemos como oportuno mais um aumento residual de 0,25 p.p. na taxa Selic, encerrando o ciclo de elevação em 15,00% a.a. Essa estratégia contribui para garantir a convergência da inflação à meta”, explica Everton Gonçalves, diretor de Economia, Regulação e Produtos da ABBC.

A respeito do que esperar para o comunicado do Copom, Gonçalves acredita que, embora seja difícil medir com precisão os impactos das disputas comerciais globais, seria importante que o Comitê avaliasse com mais clareza como esses choques podem influenciar suas decisões sobre os juros.

“Especialmente, seria útil explicar melhor como o Comitê enxerga os caminhos pelos quais essas tensões afetam a economia, o câmbio e, no fim das contas, os riscos para a inflação. Isso ajudaria a tornar sua comunicação mais transparente e alinhada às expectativas do mercado. Além disso, com o fim do ciclo de alta dos juros se aproximando, divulgar projeções com base em um cenário em que a Selic fique estável no período relevante poderia ser uma boa forma de reduzir a incerteza e a volatilidade nos mercados”, encerra Gonçalves.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).