Vamos supor que você passe, neste momento, a se defrontar com um problema. Uma vivência chata, angustiante, algo que precisa ser tirado do caminho da sua vida tão rápido quanto possível. Tudo imaginação, é claro. A razão da pergunta é: A quem você procuraria de imediato, a quem você faria uma ligação telefônica para desabafar e mesmo pedir ajuda ou receber ajuda? Tens essa pessoa na “palma da mão”? Na palma da mão da confiança, da segurança, tens? Muitos podem pensar no pai e na mãe… Bem possível que eu esteja exagerando, mas hoje a maioria dos pais anda muito “ocupada”, ô… A quem você pediria ajuda, um conselho? Essa é uma questão que no passado raramente existia, morávamos em cidades pequenas, todos se conheciam, muitos vizinhos, famílias enormes, todos por perto, era um Maracanã lotado de pessoas conhecidas ou, vá lá, amigas. Muitas dessas pessoas sempre prontas para ajudar. E hoje? Cidades enormes, redes sociais ruidosas, vizinhos são vizinhos por morar perto, nada mais, famílias espalhadas e cada vez menores e… Amigos? Quem, quantos? A solidão social é hoje uma masmorra em que vivemos, ainda que com uma vida razoavelmente confortável, confortável do ponto de vista material. Leio todos os dias sobre os desesperos de jovens de todos os cantos do mundo, especialmente dos países mais desenvolvidos e metidos a potências. Jovens sem rumo, emocionalmente desamparados, órfãos de pais vivos. Sim, mas e os mais velhos, os “professores” da vida emocional dos jovens, aonde andam? Perdidos na floresta de suas vidas vazias. É por isso que prego tanto sobre a importância de fazermos amigos ao longo da vida, amizades iniciadas cedo, amizades daquelas que nunca esquecem das nossas datas e nós, obviamente, também não esquecemos das deles. Amigos com quem possamos contar, amigos que dormem tranqüilos sabendo que podem também contar conosco. Aonde isso? A pior solidão é viver cercado de pessoas conhecidas, mas sabendo que conhecidos não são amigos. Durante a juventude essa idéia, consciência da importância de um pertencimento, de ter amigos, de saber-se a pessoa sempre amparada e nunca isolada, essa idéia é pouco convencional nos verdores da vida. Depois será tarde. É o que está acontecendo com a maioria, um silencioso desespero pela solidão e ausência de mãos e corações irmãos. Irmãos pelo afeto recíproco. Solidão? É morte em vida.
DESESPERO
Falei em solidão? Inútil, as pessoas não se dão conta, mas solidão é, por exemplo, saber que olhar para o celular antes de dormir é vida vazia, e vida vazia é solidão. As pessoas não se dão conta disso. Ah, mas espero uma ligação! Uma ligação nós ouvimos pelo chamado sonoro do telefone, não pelo subir e descer na tela do celular. O celular passou a ser o travesseiro da maioria. Desespero e vidas vazias, sem consciência…
CRESCER
Todos queremos crescer na vida, quem fica parado é poste, pois não? Ocorre que os vencedores na vida são os que sempre entenderam que o crescimento para um sucesso é uma linha em zigue-zague, jamais uma linha reta. Os que buscaram a “linha reta” para o sucesso ou ficaram pelo caminho ou estão presos. A vida realizada conheceu o zigue-zague, os muitos tombos.
FALTA DIZER
O ditado é milenar, ele diz que “cão que muito late não morde”. E esse ditado se confirma quando falsos machos estão, na condição de réus, ou na frente de um magistrado ou na frente de um delegado na delegacia. Aí, se confirma outra verdade: – “Fala, se queres que te conheça”! Shhh!