Na sessão ordinária desta terça-feira (3) da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, houve uma nova discussão sobre o sistema de saúde do município.
Durante a palavra livre, o vereador Jonathan Reinke (União Brasil) mencionou uma emenda do deputado federal Fábio Schiochet (União Brasil).
A verba de R$ 1 milhão será destinada para a construção do novo Pronto Atendimento 24h.
Segundo Reinke, o PA é uma demanda antiga da comunidade e deve atender exclusivamente os moradores de Jaraguá, desafogando os hospitais locais.
“É uma necessidade urgente. Hoje nossos hospitais atendem muitos pacientes de fora. Conversei com um senhor de 76 anos que, mesmo contribuindo com a cidade por toda a vida, teve dificuldades para ser atendido. Isso mostra a urgência do PA”, afirmou o vereador.
Ele também mencionou que, no dia 16, serão entregues mais R$ 800 mil, que podem ser usados para transformar o atual Centro da Dengue da Vila Lenzi em uma unidade provisória de pronto atendimento.
O vereador Delegado Leandro Mioto (União Brasil) revelou que há um compromisso do deputado Schiochet de destinar mais R$ 2 milhões até o fim do ano.
“Todo recurso para a saúde ainda é pouco diante da demanda da nossa população, mas essas verbas ajudam muito”, pontuou.
O presidente do Legislativo, vereador Luís Fernando Almeida (MDB), lembrou do empenho dos deputados federais da região.
Na fala, o presidente mencionou os deputados estaduais Antídio Lunelli (MDB) e Vicente Caropreso (PSDB), que também já destinaram recursos significativos para o PA da Barra.
Ele alertou, no entanto, que é necessário cuidado com o processo licitatório para não comprometer os R$ 10 milhões prometidos pelo governo do Estado.
“Com problemas na licitação, corre-se o risco de perder esse dinheiro. É preciso fiscalização rigorosa”, destacou.
Almeida criticou a situação da atenção primária em Jaraguá do Sul. Segundo ele, a sobrecarga dos hospitais decorre da má gestão nas unidades básicas.
“Muitas das vezes, a administração usa como argumentos a falta de recursos para implementar uma política pública na cidade. PA da Barra, pelo que se consta, já tem destinação de emendas quase que suficiente”, afirmou.
O alerta para o encaminhamento das construções foi feito por conta da demora para atendimento enfrentado por muitas pessoas de Jaraguá do Sul, e o parlamentar apontou que a atenção primária está enfraquecida na cidade.
“Temos 1.118 crianças esperando atendimento neuropsiquiátrico, mais de mil mulheres aguardando mamografia, centenas sem acesso à ultrassonografia e nefrologistas. Isso é reflexo direto do abandono da atenção básica”, disse.
Na mesma linha, o presidente revelou que a região do Rau e Estrada Nova esta há dois anos sem dentista, mesmo com contratações recentes que não contemplam essas localidades.
O vereador Charles Salvador (PSDB) informou que novos profissionais de odontologia serão contratados, mas nenhum atenderá a demanda da região mencionada pelo presidente.
Salvador também reforçou a importância das emendas parlamentares que vêm sendo entregues aos hospitais da cidade.
O vereador Israel Cani (PL) defendeu a criação de um PA 24 horas, alertando para o crescimento acelerado da cidade.
“Jaraguá está perto dos 240 mil habitantes e seguimos com dois hospitais enfrentando superlotação. Precisamos pensar, inclusive, em um terceiro hospital”, sugeriu.
Ele também compartilhou um relato pessoal sobre o atendimento no Hospital São José e elogiou o esforço dos profissionais da saúde.
O vereador Gadotti (MDB) cobrou que a construção do novo PA venha acompanhada da contratação de profissionais.
“Não adianta construir e depois sair emprestando médicos e enfermeiros. O concurso público tem que andar junto”, alertou.
Já a vereador Sirley Schappo (Novo) levou à tribuna informações de uma reportagem feita por uma emissora sobre as vacinas no estado.
“Em Santa Catarina, mais de um milhão de doses de vacinas foram desperdiçadas em três anos. Vacina, no total, geral. Não estou me referindo apenas a uma vacina específica. E em Jaraguá do Sul, mais de 50 mil doses desperdiçadas em três anos, que deu um prejuízo para os cofres públicos municipais superior a R$ 2 milhões”, apontou.
A situação é motivada pela ausência de muitas pessoas aos postos e ao prazo curto de validade das vacinas assim que abertas, que resulta no desperdício.
Ela chamou a atenção dos pais e responsáveis para que acompanhem a carteira de vacinação e destacou que a sobrecarga na atenção primária e nos hospitais frequentemente decorre da falta de imunização.