Com acesso à vacinação, alimentação de qualidade e cuidados constantes, a expectativa de vida dos pets no Brasil aumentou significativamente na última década. No entanto, junto com a longevidade, vêm os desafios da terceira idade: artroses, doenças renais crônicas, apatia, mudanças no sono e na digestão.
Em um cenário onde a medicina tradicional muitas vezes se apoia em múltiplos fármacos, cresce silenciosamente uma alternativa natural e promissora: a homeopatia veterinária.
“O animal idoso precisa de um olhar mais compassivo e menos agressivo. Ele já viveu bastante, tem suas marcas, dores, memórias. A homeopatia respeita isso. Ela não tenta suprimir sintomas, mas sim escutar o que o corpo está dizendo — e ajudá-lo a se reorganizar”, explica o médico veterinário homeopata Dr. Leonardo Garbois, referência na área de terapias integrativas para pets.
A fala do especialista se alinha a uma tendência cada vez mais presente nos lares brasileiros: o cuidado integral com animais seniores. Estima-se que cerca de 20% dos mais de 58 milhões de cães e gatos do país já estejam na fase sênior, segundo a Abinpet. Isso representa um mercado em expansão, que movimenta cerca de R$ 3 bilhões ao ano — e que busca, cada vez mais, soluções empáticas e naturais.
Da dor à vitalidade: os múltiplos benefícios da homeopatia nos pets seniores
Diferente de medicamentos convencionais, que muitas vezes sobrecarregam rins e fígado — órgãos já fragilizados pelo tempo —, a homeopatia atua de forma sutil, profunda e sem efeitos colaterais. Entre os principais benefícios relatados por tutores e documentados em estudos clínicos, destacam-se:
- Redução significativa de dores articulares e musculares, comuns em artroses e displasias;
- Estímulo ao apetite e à digestão, melhorando a absorção de nutrientes;
- Regulação do sono e do estado emocional, aliviando ansiedade, irritabilidade e depressão;
- Fortalecimento do sistema imunológico, contribuindo para a prevenção de infecções;
- Apoio ao tratamento de doenças crônicas, como insuficiências cardíaca, renal e hepática;
- Estreitamento do vínculo afetivo com o tutor, com aumento da responsividade e da socialização.
Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina Veterinária da USP revelou que animais idosos submetidos a cuidados integrativos — incluindo homeopatia — apresentaram até 25% de melhora na mobilidade e redução de sintomas dolorosos. Esses dados, ainda tímidos na divulgação popular, começam a chamar a atenção de clínicas e tutores atentos à qualidade de vida dos seus companheiros de quatro patas.
Uma resposta rápida (e emocional)
“O mais bonito de acompanhar é a transformação no dia a dia”, diz o Dr. Garbois. “Já tive paciente que não levantava mais da caminha, e depois de um mês de tratamento estava correndo no quintal. Em outro caso, um gato de 14 anos,
considerado apático há meses, voltou a brincar com bolinha. A resposta costuma ser rápida quando conseguimos identificar corretamente o medicamento mais indicado”.
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A prescrição, segundo o veterinário, é sempre individual. “Dois cães com artrose podem receber remédios completamente diferentes, dependendo do temperamento, da história de vida e dos sintomas associados. Essa é a riqueza da homeopatia: ela não trata a doença, trata o indivíduo”.
Facilidade de uso e compatibilidade com outros tratamentos
Outro fator que contribui para a adesão crescente da homeopatia veterinária é sua segurança e facilidade de administração. Os medicamentos, geralmente líquidos ou em glóbulos, são facilmente ingeridos, mesmo por animais
debilitados. E, por serem altamente diluídos, não provocam reações adversas, podendo ser combinados com outras terapias.
“O que se vê é que muitos tutores procuram a homeopatia quando os remédios convencionais já não fazem mais efeito — ou estão cobrando um preço alto demais, seja no bolso ou na saúde do animal”, comenta Garbois.
A hora de virar a chave
O envelhecimento dos pets é um processo inevitável — mas não precisa ser sinônimo de sofrimento. Com uma abordagem centrada no bem-estar e no respeito à individualidade, a homeopatia veterinária vem mostrando que é
possível envelhecer com vitalidade e dignidade. E o melhor: com mais conexão entre humanos e animais.
“Não é sobre prolongar a vida a qualquer custo. É sobre dar sentido a cada dia vivido, com qualidade, conforto e afeto”, conclui o Dr. Leonardo Garbois.