Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
Santa Catarina é exemplo em muitas áreas. Somos líderes em produtividade, competitividade e eficiência. Mas toda essa força esbarra em um gargalo antigo: a precariedade da malha viária. Por isso, protocolei na Assembleia Legislativa a Indicação nº 0447/2025, propondo ao Governo do Estado os estudos para uma segunda edição do Programa Estrada Boa.
A primeira edição, lançada em 2023, entrou para a história como o maior investimento em infraestrutura rodoviária já realizado em nosso estado. Foram mais de R$ 3,5 bilhões, 60 obras contratadas, 231 municípios atendidos e 1.504 quilômetros de estradas em processo de revitalização. E mais importante: 400 quilômetros já foram entregues à população. Um programa que sai do papel e chega ao chão — como deve ser.
Mas o que encontramos em 2023 foi um cenário de abandono: 73% das estradas estaduais estavam em estado ruim ou péssimo. O “Estrada Boa” foi a resposta de um governo que trabalha. Só que uma edição não basta. Ainda há muito a ser feito para que a malha viária catarinense esteja à altura daquilo que o nosso Estado representa para o Brasil.
É preciso seguir avançando. Cada estrada recuperada representa mais segurança, mais competitividade e mais desenvolvimento para nossa gente. E é justamente isso que propomos com uma nova etapa do programa: dar continuidade às melhorias iniciadas, expandir os trechos atendidos e acelerar o ritmo das entregas.
E o Governo Federal?
Enquanto Santa Catarina investe pesado e mostra resultado, o que vemos em Brasília é o oposto: abandono e corte de verbas. As rodovias federais que cortam o nosso estado — fundamentais para o agronegócio, a indústria, o turismo e o transporte de cargas — seguem em condições vergonhosas, sem manutenção adequada e sem cronogramas confiáveis.
E para piorar, a previsão para 2025 é de um corte de R$ 400 milhões nos recursos federais destinados às rodovias catarinenses. Um verdadeiro absurdo. O Governo Federal age como se Santa Catarina fosse menos Brasil — e isso não podemos aceitar calados.
Rodovia boa não é luxo — é questão de sobrevivência econômica. Um estado que produz como Santa Catarina precisa de estradas em condições adequadas para garantir o escoamento da produção, atrair investimentos e salvar vidas.
Sem estrada boa, não há desenvolvimento.
Sem respeito aos catarinenses, não há justiça federativa.