A Gerência de Saúde Mental, da Secretaria Municipal de Saúde de Jaraguá do Sul, realizou na manhã desta quarta-feira (21), a “Caminhada Antimanicomial”. O ato, alusivo ao dia 18 de maio – quando se comemora o Dia Nacional da Luta Antimanicomial – reuniu profissionais da área, usuários dos serviços e moradores que reconhecem a importância de um cuidado mais humano, inclusivo e acessível para todos.
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Segundo a gerente de Saúde Mental, Mariana Franco, a manifestação tem como principal objetivo chamar a atenção da população e das autoridades para a necessidade de um serviço de saúde mental estruturado, com base na liberdade, no acolhimento e na dignidade. “Estamos lutando para que a saúde mental seja tratada como deve: com respeito, empatia e sem a lógica dos antigos manicômios. A reforma psiquiátrica foi uma conquista, e agora precisamos avançar”, afirmou.
Ela destaca que no município, o serviço oferecido pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) é essencial, mas precisa ser ampliado. “Temos urgência na criação de um Caps 24 horas, o chamado Caps III. A demanda existe e está crescendo. Precisamos dar esse passo”, reforçou. De acordo com a gerente, a Secretaria de Saúde já fez a requisição oficial ao governo federal, por meio do PAC 3, e aguarda a liberação para implementar o novo serviço.
Foto: PMJS/Divulgação
Questionada sobre onde seria implantado o Caps III, Mariana informou que a Secretaria estuda alguns locais, sendo a região central a mais provável. “A ideia é facilitar o acesso dos usuários, especialmente os que precisam de cuidados mais frequentes. Estar próximo ao Hospital São José também ajudaria no transporte e no manejo dos pacientes”, explicou.
Sobre os transtornos mentais mais atendidos no município, Mariana explicou que os casos vão desde esquizofrenia até depressões severas, além do tratamento para dependência de álcool e outras drogas. “Os transtornos podem surgir desde o nascimento ou se desenvolver ao longo da vida, por questões externas. É algo complexo e multifatorial. Por isso, precisamos de uma rede de profissionais qualificados e prontos para oferecer suporte de forma integral”, disse.
A gerente também abordou o preconceito ainda existente em relação à saúde mental. Apesar de avanços nos últimos anos, ela afirma que há muitas barreiras, especialmente dentro das próprias famílias. “Muitos ainda têm dificuldade em aceitar que um ente querido precisa de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Por isso, temos grupos de apoio familiar no Caps, para que todos estejam juntos nesse processo”, relatou.
A manifestação também teve como propósito combater os mitos que cercam os transtornos mentais. Mariana lembrou que a pandemia da Covid-19 agravou muitos casos e escancarou a importância de se debater saúde mental com mais responsabilidade. “O Caps atende toda a população, de porta aberta. A saúde mental precisa ser tratada como uma prioridade, não como um tabu.”
- Foto: PMJS/Divulgação
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