Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
Descrever Santa Catarina para quem não conhece o nosso estado nunca foi uma tarefa difícil. Afinal, Santa Catarina se destaca, é um exemplo de belezas naturais e é uma potência para o Brasil em desenvolvimento, produtividade e geração de emprego. A força dos catarinenses está nas mãos calejadas de quem trabalha, quem empreende, inova e enfrenta, todos os dias, os desafios de produzir em um país que mais atrapalha do que ajuda.
A indústria catarinense tem sido fundamental para o crescimento do nosso estado. São milhares de empregos diretos, centenas de cidades que vivem dessa indústria. É uma cadeia produtiva que movimenta a economia com competência e seriedade. De acordo com dados do Observatório da Fiesc, Santa Catarina lidera, na indústria de embarcações; eletrodomésticos; geradores, transformadores e motores elétricos; atividades de acabamentos em fios, tecidos e têxteis; fabricação de tecidos de malha; e desdobramento de madeira.
Mas, infelizmente, quem gera riqueza tem sido tratado como vilão. É o chamado “custo Brasil” que sufoca. Impostos em excesso, regras cada vez mais confusas, burocracia paralisante e instabilidade. Some-se a isso a entrada descontrolada de produtos importados que não cumprem com as mesmas exigências legais ou fiscais impostas aos nossos fabricantes.
Isso contribui para uma concorrência desleal que coloca em risco o emprego de quem trabalha certo e dentro da lei. O nosso próprio “time joga contra os seus aliados”, travando os caminhos para a competitividade e pleno desenvolvimento econômico.
De acordo com dados da Citco Mercator, o Brasil dificulta a atuação das empresas com a segunda pior burocracia do mundo. Fatores estruturais que tornam o ambiente de negócios no país complexo também foram apontados. Exigências corporativas locais, digitalização incompleta e insegurança jurídica são alguns dos vilões. Ou seja, toda essa infraestrutura ineficiente prolonga os prazos e gera custos adicionais com a burocracia envolvida.
Nosso próprio país, aliás, as nossas próprias políticas tributárias e fiscais, cercam e estrangulam os potenciais do setor produtivo. Perde o cidadão, que fica sem boas oportunidades de trabalho; perdem os empreendedores, que vêem seus negócios estagnarem sem poder contratar e expandir as suas operações; e perde o país, que não atrai investimentos nacionais e internacionais.
Com isso, a realidade vai se formando e se intensificando cada vez mais diante dos nossos próprios olhos. Dados de órgãos multilaterais mostram que o Brasil, com uma carga tributária próxima de 33% do PIB (Produto Interno Bruto), é o país com o maior taxação entre 26 economias latino-americanas. O estudo aponta ainda que o Brasil possui o menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) entre os 30 países com maior carga tributária. Ou seja, o país ocupa a última colocação no índice de retorno de bem-estar à sociedade, mesmo com uma carga de impostos astronômica.
É óbvio que isso não está certo. O Estado brasileiro tem falhado com quem trabalha, com quem produz, com todos aqueles que fazem a economia girar. Em vez de incentivar, atrapalha. Em vez de desburocratizar, cria obstáculos. Em vez de proteger, abandona.
Quando fui prefeito de Jaraguá do Sul, mostrei que é possível fazer diferente: reduzimos a burocracia, criamos o alvará digital, aceleramos processos. O resultado foi mais investimento, mais empregos, mais desenvolvimento. Hoje, como deputado estadual, tenho lutado para mudar esse cenário. Defendo medidas que simplifiquem o ambiente de negócios, acelerem as entregas à população e criem melhores oportunidades ao nosso povo.
A verdade é simples: não existe Estado forte sem setor produtivo forte.
Valorizar quem trabalha não é uma escolha. É uma obrigação. E repito o que tenho dito em tribuna, em reuniões e nas ruas: Trabalhar não é crime. É o que move o Brasil.
