Guaramirim está realizando campanha para incentivar o cadastro de voluntários no Serviço Família Acolhedora, desenvolvido pela prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação. A coordenadora do serviço, Aline Tepassé Felippi Schroeder, explica que o projeto visa oferecer, de forma temporária, um lar para crianças e adolescentes que por alguma razão precisaram ser afastados de suas famílias de origem por decisão judicial. Assim, em vez de irem para uma instituição, elas ficam com uma família acolhedora, que garante cuidado, carinho e proteção enquanto a situação familiar é resolvida. “Precisamos de mais famílias cadastradas e estamos buscando sensibilizar os moradores de Guaramirim sobre a importância do projeto”, diz Aline.
Desde meados de 2022, Guaramirim conta com legislação própria para o Serviço Família Acolhedora, que teve seu início na prática em agosto de 2023, quando a primeira criança recebeu o acolhimento de uma família voluntária. De acordo com Aline, desde então ocorreram dois acolhimentos. Atualmente, um bebê de um ano e meio está sendo cuidado por uma família cadastrada no serviço e outras 19 crianças e adolescentes, com idades entre zero e 17 anos, estão no Serviço de Acolhimento Institucional (Saica), localizado no Bairro Beira Rio.
A coordenadora destaca que as crianças e adolescentes acolhidos por uma família têm a chance de viver em um ambiente afetivo, com vínculos mais próximos, o que é benéfico para o seu desenvolvimento emocional e social. “E para a família acolhedora é uma oportunidade de exercer a solidariedade de forma concreta, contribuindo diretamente para mudar a realidade de alguém”, completa.
A família pode escolher o gênero (masculino ou feminino) e a idade da criança que quer acolher. “A partir do momento que a gente tem esse perfil montado, é feita uma reunião com a equipe do Saica ou com o conselho, caso ocorra algum acolhimento emergencial, e aí a família assume todos os cuidados com essa criança, inclusive com relação à saúde e educação”, informa Aline.
Quem pode se cadastrar
Para se candidatar ao Serviço Família Acolhedora é necessário que a pessoa seja maior de 25 anos e resida em Guaramirim por no mínimo um ano. Não há restrições de estado civil (pode ser casada ou solteira). Outra condição é que o interessado não esteja inscrito no cadastro nacional de adoção, pois não é um serviço de adoção.
Para se cadastrar basta acessar o formulário no site da prefeitura (guaramirim.sc.gov.br) ou entrar em contato através do WhatsApp 3370-5996 ou pelo telefone 3373-0166.
Apoio técnico e financeiro
As famílias acolhedoras recebem apoio técnico da equipe do serviço e um subsídio mensal no valor de um salário mínimo e meio por criança/adolescente. Caso o acolhido tenha alguma necessidade especial, o valor é de dois salários mínimos.
Capacitação das famílias
Aline explica que as famílias cadastradas no serviço passam por capacitação com carga horária de 8 horas, que podem ser divididas conforme a disponibilidade do participante. “Nessas capacitações são abordados diversos assuntos referentes ao desenvolvimento humano, assim como as obrigações e direitos da família acolhedora e também os encaminhamentos que a gente realiza para a criança e o adolescente, que às vezes podem precisar de um momento com psicólogo ou algo assim e a gente faz esse encaminhamento também”, detalha.
Acompanhamento
“Quem acolhe recebe acompanhamento de uma equipe técnica, que também acompanha a família de origem do acolhido, para que a família biológica consiga receber novamente essa criança. O tempo máximo de acolhimento é de 18 meses, mas dependendo do caso, se houver uma justificativa plausível, esse prazo poderá ser prorrogado”, observa a coordenadora .
Quando iniciou o serviço
O Serviço Família Acolhedora foi uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação de Guaramirim. Em 2018, diante da lotação do Serviço de Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes (Saica), o serviço passou a fazer parte do planejamento municipal. Em 2021, a assistente social Fernanda e o psicólogo José (in memoriam) deram início ao processo de implantação da legislação e da estrutura do serviço. A lei foi aprovada em junho de 2022, e o serviço passou a funcionar efetivamente em agosto de 2023.