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Um pacto tardio, mas necessário, para erradicar o analfabetismo no Brasil

Por: Editorial

11/04/2025 - 06:04

 

A adesão de Jaraguá do Sul ao Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo é uma notícia que deveria ser celebrada, mas que, antes de tudo, expõe uma vergonha histórica: em pleno século XXI, o Brasil ainda convive com milhões de analfabetos. Se por um lado é louvável a iniciativa, por outro é inaceitável que um país, que se pretende desenvolvido, ainda precise de “pactos” para garantir um direito básico – a alfabetização – que deveria ter sido universalizado décadas atrás.

O analfabetismo não é só uma triste estatística, mas, uma violência social que condena cidadãos à exclusão, ao subemprego e à dependência perpetua do Estado. Como pode um país que se diz “o futuro do mundo” tolerar que mais de 11 milhões de adultos ainda não saibam ler ou escrever? Enquanto nações vizinhas, como Argentina e Chile, reduziram seus índices a menos de 2%, o Brasil segue patinando em indicadores medievais, reflexo de um Estado que historicamente negligenciou a educação em nome de projetos eleitoreiros e de um desenvolvimento econômico excludente. O pacto, portanto, chega com décadas de atraso, mas, ao menos chega.

E mesmo agora, sua eficácia dependerá de ações concretas do que discursos políticos. Será preciso investimento real em escolas, formação e valorização de professores, políticas de inclusão para adultos e, acima de tudo, vontade política para tratar a educação como prioridade absoluta. Jaraguá do Sul, como cidade que se destaca no desenvolvimento industrial e social de Santa Catarina, tem a oportunidade de ser exemplo nessa luta. Mas é preciso lembrar: alfabetizar não é favor político, é obrigação.

O Estado falhou por anos com os mais desprovidos, com as populações rurais, com os idosos negligenciados. Agora, não basta aderir ao pacto, é preciso cobrar resultados. Que este movimento não seja apenas mais uma meta no papel, mas o início de uma reparação histórica. O Brasil só será uma nação verdadeiramente livre e desenvolvida, quando o último analfabeto tiver acesso às letras, e com elas, à dignidade. O tempo de esperar já passou. Agora, é agir.

 

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