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Histórias que enganam – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

24/03/2025 - 08:03

Meu pai tinha um armazém de secos e molhados, esse tipo de armazém abriu caminho para os supermercados. Armazém de secos e molhados vendia de tudo um pouco, e aprendi muito atrás do balcão. Atrás de um balcão você descobre a vida lidando com pessoas de todos os tipos e, não raro, surpreendentes. A história que vou contar me foi inspirada por uma frase que acabei de ler (pela milésima vez) e que estava dentro da minha caixa de frases. Antes de dizer da frase, vou contar da história. Todos os dias, fim de tarde, um freguês, que sempre se vestia de terno branco, passava no armazém do meu pai e comprava duas bananas. Ele pegava as bananas e sem embrulhá-las as punha no bolso, saía comendo as bananas pela calçada até à casa dele. E eu, guri, uns 11 anos, sempre via aquele sujeito como pessoa sem educação, vulgar mesmo. Mais tarde, descobri que ele era o morador mais rico de todo o bairro em que morávamos. O mais rico. Entonteci quando fiquei sabendo. Lembrei dessa história ao me chegar às mãos a frase de que falei, frase “moradora” na minha caixa de frases. A frase diz – “Não julgar pelas aparências”. Essa frase já era usada por Eva para acordar o paspalho do Adão no paraíso, porém… A frase não é de a engolirmos ingenuamente, se as aparências enganam muitas vezes, elas também revelam. Prefiro ficar com essa variante, as aparências revelam sim. Aliás, dizendo isso, infelizmente, quando a pessoa se revela talentosa, nem vou dizer bonita fisicamente, se revela, enfim, acima da média dos que andam por aí ela conquista inimigos imediatos. Raríssimos gostam dos “exemplares”, dos que têm talento e se aprumam acima da grande média… Mas fique claro, as aparências poucas vezes enganam, bem poucas. Ah, e é bom não esquecer que os “atores” das falsas bondades e talentos não vão longe em suas enganações, basta que tenhamos olhos de perceber e ouvidos de escutar, pronto, os farsantes acabam se entregando. Fico constrangido de dizer, mais uma vez, que essa verdade faria bem melhor a vida das mulheres se elas não se deixassem enganar como o fazem diante dos homens enganadores, a triste maioria.

CLAREZA

Quando não há clareza na cabeça, a vida costuma ser de céu nublado à felicidade. Uma verdade óbvia, porém, desdenhada pela ignorância popular é esta: – “Levamos anos construindo nosso infarto ou câncer do futuro”. Frase do livro “Pílulas para prolongar a juventude”, do médico Fernando Lucchese. A frase é uma verdade da medicina-psicológica. Pensamentos negativos, vivências amargas criadas pela própria pessoa, matam mais cedo. O corpo não agüenta as burrices da cabeça.

FELICIDADE

A ONU divulgou novamente o ranking da felicidade nos países. A Finlândia, que vive o inverno o ano todo, novamente no topo, 1% entre os países mais felizes. E o Brasil do verão o ano todo, das praias, do futebol, do carnaval, de todas as sacanagens, em que posição está? Lá embaixo, posição 36ª. Não é o salário, não são as roupas, o tipo de trabalho ou o casamento que nos faz felizes. É somente a nossa cabeça, o modo de ver a vida e de administrar-se a pessoa.

FALTA DIZER

Que as mulheres reajam, não fiquem com sorrisinhos indulgentes ou mesmos ignorantes diante de certas pregações religiosas que as colocam na subalternidade, como se elas tivessem surgido sobre a Terra como ajudantes complementares dos homens. Câmara, Senado, Executivo e Judiciário tudo meio a meio, rigorosamente, metade elas, metade eles. Ué!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.