Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
O Brasil enfrenta desafios significativos em seu caminho para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida de sua população. A economia brasileira tem apresentado um crescimento que não se sustenta em longo prazo, pois é pautado em questões específicas e sazonais. Além disso, a produtividade da economia brasileira estagnou nos últimos 40 anos, enquanto nações como China e Índia ampliaram significativamente sua competitividade global. O endividamento público é outro entrave: a dívida bruta do Brasil já ultrapassa 75% do PIB, comprometendo investimentos em infraestrutura, inovação e políticas sociais. As estatais acumulam prejuízos bilionários, refletindo a ineficiência da gestão pública e a necessidade de modernização do setor.
Para reverter esse cenário e garantir um crescimento sustentável e inclusivo, reformas estruturais urgentes são urgentes. A produtividade deve ser uma prioridade, com investimentos robustos em tecnologia, digitalização e infraestrutura. No Brasil, os investimentos públicos em infraestrutura representam apenas 1,7% do PIB, enquanto países como a Índia investem 5,5%. A burocracia excessiva e o sistema tributário complexo reduzem a competitividade das empresas e desestimulam o empreendedorismo. A simplificação das normas e a redução da carga tributária poderiam atrair mais investimentos estrangeiros e fomentar o crescimento econômico.
A reforma educacional também é essencial. Hoje, apenas 8% dos jovens brasileiros de 15 anos atingem níveis satisfatórios de proficiência em matemática, segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), enquanto nações como Estônia e Finlândia apresentam índices superiores a 40%. A falta de alinhamento entre a formação acadêmica e as demandas do mercado de trabalho resulta em desemprego elevado entre jovens, falta de perspectivas e escassez de mão de obra qualificada em setores estratégicos, como tecnologia e engenharia. Países como Alemanha e Canadá investem fortemente em ensino técnico e profissionalizante, um modelo que o Brasil deveria adotar para melhorar sua competitividade.
O fortalecimento da proteção social deve ocorrer de forma eficiente e sustentável. O Brasil gasta mais de 13% do PIB com previdência, um dos percentuais mais altos do mundo, superando a média dos países da OCDE, que é de 8%. Apesar disso, muitos brasileiros ainda vivem em situação de vulnerabilidade. Políticas sociais mais focadas e eficazes, aliadas à geração de emprego e renda, são fundamentais para garantir uma inclusão social real e duradoura, ao invés desse assistencialismo que torna parte da população refém de políticos populistas.
A sustentabilidade ambiental também precisa ser encarada como fator estratégico para o crescimento econômico. O Brasil possui um enorme potencial para liderar a transição energética global, já que mais de 80% da matriz elétrica brasileira é composta por fontes renováveis. No entanto, o desmatamento e a degradação ambiental comprometem a imagem do país e afastam investidores internacionais. Enquanto países como Noruega e Dinamarca avançam com políticas rigorosas de preservação ambiental, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para implementar ações efetivas de combate ao desmatamento e incentivo à economia verde.
Além disso, possui ainda um potencial imenso para se tornar uma nação próspera e sustentável, mas isso exige uma drástica mudança de rota. Países que enfrentaram desafios semelhantes e implementaram políticas corretas conseguiram transformar suas economias e melhorar a qualidade de vida de suas populações. Se quisermos um futuro melhor, precisamos de coragem para mudar o presente.