Os mercados internacionais abriram em queda generalizada nesta terça-feira (4), depois que Canadá, China e México anunciaram ovas taxas a produtos dos Estados Unidos, após a implementação do “tarifaço” anunciado em janeiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump (R).
As informações são da Reuters.
Nos EUA, os principais índices acionários do país — Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq 100 — operavam com quedas de quase 2% por volta das 13h30.
O preço do dólar também registrou queda global, com o menor nível em três meses.
As bolsas de valores da Alemanha, Itália, Espanha e França operavam, no mesmo horário, com baixas de cerca de 3%. O índice Stoxx 600, que reúne 600 empresas de pequeno, médio e grande porte da Europa, recuava 2%.
A maioria das bolsas asiáticas fecharam em baixa. No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 1,20%, enquanto o índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,28%. A única alta veio do índice Xangai Composto, da China continental, que subiu 0,22%.
No Brasil, os mercados não operam nesta terça-feira por conta do feriado de Carnaval.
Nesta terça, entraram em vigor as tarifas de 25% que Trump impôs sobre todas as importações que chegam do México e do Canadá aos EUA, além de tarifas adicionais de 10% sobre tudo que vem da China.
As taxas sobre México e Canadá foram adiadas por 30 dias, mas o presidente norte-americano afirmou que o início da tarifação é consequência da contínua entrada de drogas provenientes dos países taxados nos EUA.
Em resposta a tributação, o Canadá anunciou que vai impor tarifas de 25% sobre US$ 107 bilhões em produtos dos EUA. Segundo o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, parte das medidas entraria em vigor já nesta terça-feira (4), enquanto o restante passaria a valer em um prazo de 21 dias.
A China, por sua vez, impôs taxas de 10% a 15% sobre as exportações agrícolas dos Estados Unidos, e anunciou novas restrições de exportação e investimento a 25 empresas dos EUA, afirmando “motivos de segurança nacional”.
Segundo o governo chinês, produtos como frango, trigo, milho e algodão dos EUA terão uma taxa adicional de 15%, enquanto soja, sorgo, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios sofrerão uma tarifa extra de 10%. As medidas passam a valer em 10 de março.
A China ainda afirmou que vai investigar alguns produtores norte-americanos de um tipo de fibra óptica por burlarem medidas antidumping, além de ter suspendido as licenças de importação de três exportadores norte-americanos e interrompido embarques de madeira serrada vindos dos EUA.
Além disso, Pequim adiciou15 empresas norte-americanas à sua lista de controle de exportação, que proíbe empresas chinesas de fornecer tecnologias de uso duplo a empresas dos Estados Unidos, e colocou 10 empresas norte-americanas em sua Lista de Entidades Não Confiáveis por venderem armas para Taiwan.
Nesta terça-feira, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum condenou as tarifas impostas pelos Estados Unidos e prometeu retaliar a tributação, afirmando que não há justificativa para que os EUA imponham as taxas de 25% sobre as importações do México, destacando que o país colaborou com o vizinho norte-americano em questões de migração, segurança e combate ao tráfico de drogas.