As mudanças na Procuradoria da Mulher de Jaraguá do Sul causaram uma discussão intensa entre vereadores.
Apesar das divergências, as alterações no programa que dá acolhimento para vítimas de violência de gênero no município foram aprovadas na sessão desta terça-feira (25), por oito votos a dois.
O projeto de resolução ampliou a atuação do órgão ligado ao Legislativo jaraguaense.
A iniciativa teve como autores os vereadores Luís Fernando Almeida (MDB), Delegado Leandro Mioto (União) e Natália Lúcia Petry (MDB).
Agora, a procuradoria passará a defender não apenas os direitos das mulheres, mas também outros grupos em situação de vulnerabilidade, como crianças e idosos.
Além disso, a Procuradoria da Mulher vai estar vinculado aos programas institucionais da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, como a Escola do Legislativo.
A vereadora Sirley Schappo (NOVO), procuradora adjunta da mulher, apresentou emendas ao projeto de resolução de Almeida, Mioto e Natália.
Ela queria que o órgão fosse comandado preferencialmente por vereadoras, o que foi rejeitado pelos colegas, com exceção de Rodrigo Livramento (NOVO).
Sirley lamentou a rejeição da proposta feita por ela na emenda, inclusive a aprovação da ampliação da atuação para outros grupos vulneráveis.
Para ela, a procuradoria deveria atender apenas os casos de violência contra a mulher.
“A resolução aprovada pelos colegas vereadores não traz a garantia de uma mulher no comando da procuradoria. As 110 procuradorias da mulher no Estado são lideradas por mulheres. Nós tentamos incentivar a participação da mulher na política e, quando acontece um episódio desses, que tira a mulher vereadora do comando da procuradoria, é lamentável. Isso tira o interesse de mais mulheres pelo ambiente político”, frisa Sirley.
Natália, que é a atual procuradora da mulher, afirmou que o assunto da violência contra a mulher deve ser combatido por toda a sociedade, principalmente pelos homens.
Ela afirmou que não vê problema em um homem estar a frente do órgão.
“Todas as pessoas devem estar comprometidas e engajadas para construir uma sociedade melhor, combater toda e qualquer injustiça. As mudanças promovidas na Procuradoria da Mulher fazem com que os vereadores estejam mais inseridos diretamente nesse processo. Eu vejo como muito salutar as mudanças e acredito que todos na Câmara, mulheres e homens, vão promover um debate mais igualitário. Essa questão da violência deve ser mais combatida pelos homens, que são os agressores”, explica.
Delegado Mioto conta que a nova resolução tem como objetivo o fortalecimento da Procuradoria da Mulher.
Segundo ele, a procuradoria vai ampliar a área de atuação e vai ampliar sua atuação.
Além disso, as mudanças vão permitir que todos os vereadores participem dessa iniciativa.
“Sou a totalmente favor de que todos participem, independente do gênero. A participação do homem, se sentindo apto e capaz, será sempre bem-vinda na Procuradoria da Mulher. A opinião da vereadora Natália converge nesse sentido. Eu trabalho a vida toda nessa questão do combate à violência contra a mulher e não me sinto nem mais e nem menos capacitado que qualquer um”, pondera Mioto.
Almeida criticou a posição de Sirley e afirmou que ela não envolveu os colegas vereadores nas discussões da Procuradoria da Mulher.
“A vereadora que agora se apresenta como grande defensora das mulheres foi, no passado, procuradora da Mulher e procuradora adjunta desta Casa. Porém, em nenhum momento, se preocupou em envolver seus colegas vereadores na procuradoria, sem realizar reuniões, convites ou promover qualquer tipo de participação”, reitera Almeida.