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“Big techs não são enviadas de Deus”, diz Moraes em nova tensão com redes sociais

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

24/02/2025 - 20:02 - Atualizada em: 24/02/2025 - 20:28

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a criticar as big techs e alegou que as redes sociais teriam servido para “atacar os pilares da democracia”.

As declarações foram dadas em discurso nesta segunda-feira (24), em São Paulo. A fala ocorre enquanto Moraes é alvo nos Estados Unidos de ações movidas pela plataforma de vídeos Rumble e pela Trump Media & Technology Group, empresa do presidente Donald Trump.

As informações são do Valor Econômico.

Moraes usou a aula inaugural dos novos estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde é professor, para repudiar o que chamou de “novo populismo digital extremista” e relacionar o uso de algoritmos a uma tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022.

“As big techs não são enviadas de Deus, como alguns querem, não são neutras. São grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, a soberania nacional de cada um dos países e as legislações para terem poder e lucro”, afirmou Moraes, acrescentando que tais empresas distorcem conceitos como democracia e liberdade. “Liberdade para fazerem o que querem, porque são os maiores grupos econômicos do mundo”, pontuou. “Democracia é um negócio, dizem as big techs. Porque tudo para as big techs é dinheiro, é negócio: ‘Assim como vendemos carros, vamos vender candidatos’.”

Ele não atendeu a imprensa após a aula. Antes da fala, quando seu nome foi anunciado, ele ouviu uma componente da mesa de honra se manifestar contra eventual anistia para Bolsonaro e aliados.

O ministro afirmou que países passaram por “abalos democráticos” nos últimos anos em razão do direcionamento de algoritmos para, segundo ele, contribuir para uma corrosão democrática por dentro das instituições, com a transformação das redes em “instrumento para um discurso fascista”.

Segundo Moraes, o caso brasileiro repetiu o roteiro de desestabilizar a democracia a partir da descredibilização do jornalismo profissional, da deslegitimação do processo eleitoral e do ataque permanente ao Poder Judiciário.

Moraes afirmou ainda que hoje, no mundo todo, a democracia vem sofrendo “ataques organizados, competentes e lamentavelmente eficazes” e responsabilizou “grupos econômicos e ideologicamente fascistas de extrema direita” por se apropriarem das plataformas digitais para interferirem na política.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).