O Governo Lula não tem um rumo econômico definido e fica dividido entre medidas de austeridade e novos gastos públicos, causando ruídos que minam a atuação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e a popularidade do presidente da República. A avaliação é de uma ala do próprio Poder Executivo. As informações são do portal Poder360.
Os governistas reconhecem que na Esplanada há, de um lado, um grupo que defende gastar energia para recuperar a credibilidade das contas públicas e assim retomar a avaliação positiva do governo. De outro, há quem pense que Lula deve anunciar mais projetos que injetem dinheiro na economia, principalmente para os mais pobres e para a classe média.
Haddad tem embates com os ministros do Planalto, por exemplo, desde o início do governo sobre como lidar com o Orçamento. Defende uma gestão mais austera, enquanto os demais preferem que o governo atue como motor da economia.
A crítica feita ao governo no próprio Executivo é de que não há, até hoje, uma estratégia clara. Decide-se tudo no varejo, a quente e conforme a demanda. O resultado são anúncios desastrosos, como o corte de gastos com a isenção do Imposto de Renda.
A análise interna é de que o tombo na popularidade foi influenciado por diversos temas, todos juntos em uma “tempestade perfeita”. O levantamento lista alguns: 1) Ajuste fiscal – foi anunciado com aumento de despesa e perdeu força; 2) Dólar em alta – incerteza fiscal e posse de Donald Trump (republicano) nos EUA; 3) Juros em alta – aumentos consecutivos para conter a inflação alta; Pixgate – o governo não conseguiu contornar os boatos de que o Pix seria taxado.
A receita para reverter o mau momento do governo, para o grupo de ministros mais fiscalista, seria decidir passar um recado inequívoco sobre austeridade fiscal até 2026. O Planalto teria de aceitar fazer cortes –e isso está fora do radar. Lula prefere injetar dinheiro no bolso dos mais pobres e da classe média para voltar a ser popular.
A comunicação do petista tenta passar a impressão de que não se importa com os números da avaliação de Lula. Vende a versão de que a eleição está distante e que não há preocupação com isso, já que as pesquisas são apenas um “retrato do momento”.